PUBLICIDADE

Nomeação de ministro da Saúde é elogiada por militantes

Para entidades de saúde e especialistas da área, Alexandre Padilha tem perfil técnico e experiência na política

Por Fabiane Leite
Atualização:

O perfil do médico infectologista Alexandre Padilha, escolhido para o Ministério da Saúde pela presidente eleita Dilma Roussef (PT), agradou diferentes militantes do setor, apesar de sua pequena experiência como gestor. Eles o classificaram como um político com bom currículo técnico. Também houve entusiasmo na chegada do ministro atual, José Gomes Temporão (PMDB), em 2007, que dispunha de uma experiência um pouco maior.O futuro titular da Saúde, atual ministro das Relações Institucionais e militante do PT, é formado pela Universidade Estadual de Campinas e tem pós-graduação em infectologia pela Universidade de São Paulo. No Pará, coordenou um plano de enfrentamento da malária. O trabalho chamou a atenção do então secretário executivo do Ministério da Saúde, Gastão Campos. Foi Campos, professor da Unicamp, que o levou em 2005 à direção de saúde indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), durante crise causada por mortes de crianças em aldeias.Para o presidente da Associação Paulista de Saúde Pública, Paulo Capucci, o fato de Padilha fazer parte do núcleo duro da presidente é bom para a saúde. "A escolha recoloca o SUS como prioridade para o governo federal", afirma Capucci, que espera que a expansão da oferta de serviços e o financiamento da saúde sejam prioridade - a área de saúde foi uma das mais mal avaliadas pela população no governo Lula, apontam pesquisas."Entre os ventilados, ele era o que tinha melhores condições de abrir diálogo com os movimentos sociais", diz Francisco Batista Júnior, presidente do Conselho Nacional de Saúde, que cobra de Padilha o combate à terceirização de serviços na saúde pública. "Uma pessoa que trabalhou no combate à malária é melhor que um medalhão que não entenda nada do Sistema Único de Saúde", continuou."Apesar de não ser um sanitarista histórico, é bom que tenha um perfil político, pois as grandes reformas necessárias no SUS são políticas, como a regulamentação da emenda 29 (que definiu o quanto as esferas de governo devem gastar em saúde) e a regulação da relação entre os planos de saúde e o SUS", disse Mário Scheffer, pesquisador da área de planos de saúde na Universidade de São Paulo."Estivemos com ele para falar de uma carreira de Estado para os médicos e nos parece tecnicamente adequado e capaz de conduzir diálogos", afirmou José Luiz Gomes do Amaral, da Associação Médica Brasileira.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.