Obama e Hillary cortejam Gore e falam do clima

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Por JEFF MASON
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Os dois pré-candidatos democratas à Casa Branca, Hillary Clinton e Barack Obama, costumam falar em vagas de trabalho ambientalmente corretas, redução de emissões de poluentes e energia renovável. Mas quando falam em políticas para o meio ambiente eles não têm só o aquecimento global em mente. A meta de longo prazo pode ser salvar o planeta, mas o objetivo imediato é conquistar o apoio do ex-vice-presidente Al Gore, que já recebeu o Nobel da Paz por sua campanha contra a mudança climática. Gore não só tem voto garantido na convenção nacional democrata que vai escolher o candidato como também é um dos dirigentes mais influentes do partido. Por isso, ambas as campanhas elogiam Gore em seus comícios, cogitam lhe entregar cargos no governo e, acima de tudo, fazem questão de ficar perto dele. "Ambos me ligam, e aprecio esse fato", disse Gore nesta semana ao programa "60 Minutes", da CBS. Obama, o favorito entre os democratas, diz manter contato regular com Gore e promete lhe dar um papel importante no combate ao aquecimento global, caso seja eleito. "Assumirei o compromisso de que Al Gore esteja na mesa e jogue uma parte central em fazer-nos entender como resolver este problema", disse Obama. Hillary disse a jornalistas que não sabe se Gore gostaria de voltar ao governo -- foi vice de seu marido, Bill Clinton, mas que certamente o povo norte-americano aprovaria isso. "Sou muito dependente do trabalho que Al Gore faz há muitos anos contra a mudança climática", disse ela. Kalee Kreider, assessora de imprensa de Gore, evitou comentar a oferta de cargo feita por Obama e elogiou todos os candidatos, inclusive o republicano John McCain. "O ex-vice-presidente Gore acha que ambos os candidatos [democratas] são muito fortes. Ambos ofereceram planos para tratar da crise climática, assim como fez o senador McCain", disse ela. "É uma verdadeira guinada ter candidatos de ambos os lados oferecendo soluções e planos para a crise climática", acrescentou. Gore, derrotado por estreita margem na eleição de 2000 contra George W. Bush, dedica-se desde então à questão climática. Embora demonstre interesse em voltar ao dia-a-dia da política, ele não esconde a intenção de colocar a questão do aquecimento no topo da pauta do próximo governo. Isso não deve ser difícil, já que os três candidatos fazem propostas bem mais ambiciosas que as de Bush, que incluem limites às emissões industriais de dióxido de carbono e um sistema de comercialização de créditos de emissões semelhante ao que já vigora na União Européia. (Reportagem adicional de Caren Bohan e Ellen Wulfhorst)

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