Pai de bebê seqüestrado no ES diz que vai processar hospital

Recém-nascido foi levado por falsa enfermeira na manhã de sábado; polícia divulga retrato falado da mulher

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Por Clarissa Thomé
Atualização:

O servente Welson Santos Rodrigues, pai do bebê Jefferson, seqüestrado na Maternidade São João Batista, em Cariacica (ES), disse neste domingo, 21, que vai processar o hospital. A criança foi levada aos três dias de vida por uma falsa enfermeira, na manhã de sábado. "O hospital tem que ser responsabilizado por essa falha. Vamos cobrar indenização na Justiça", disse o rapaz, de 22 anos. O retrato falado da mulher já foi divulgado pela polícia.   A Delegacia Anti-Seqüestro assumiu as investigações sobre o caso. Na manhã de sábado, a polícia recebeu denúncias anônimas a respeito do paradeiro de Jefferson e da seqüestradora, mas eles não foram localizados.   O menino foi retirado dos braços da mãe, a dona de casa Joice Viviane Ferreira Martins, de 17 anos, por uma mulher morena, de cabelos pretos, vestida de jaleco branco. Ela disse que levaria o bebê para o banho. A polícia acredita que a mulher tenha deixado o hospital levando a criança numa sacola de papel de butique.   Joice e o filho receberiam alta na manhã de sábado, mas a mãe foi mantida internada. Segundo a família, ela teve uma crise nervosa durante a madrugada e precisou ser sedada. A jovem também está com febre alta.   "Agora nem podemos visitá-la, porque o hospital não permite a nossa entrada. A seqüestradora entrou três vezes e saiu com um bebê sem ser incomodada. Mas nós não podemos dar apoio para uma menina que está desesperada sem saber o que aconteceu com seu primeiro filho", queixou-se a tia de Joice, Idalice Ferreira dos Santos.   O diretor administrativo da maternidade, Paulo Jorge Mattos, disse que Joice está acompanhada pelo marido e que os pais da adolescente puderam vê-la. "Estamos tentando preservá-la, obedecendo à equipe médica. Inclusive a tiramos da enfermaria, onde veria outras mães com seus filhos, e a colocamos num quarto reservado", afirmou.   O diretor lamentou a decisão da família de processar o hospital. "Estou aqui desde o acontecido. Coloquei toda a estrutura de um hospital do SUS à disposição da família, inclusive um advogado. O que houve aqui poderia ter acontecido até mesmo numa clínica particular", afirmou.   A polícia acredita que a falsa enfermeira tenha entrado pelo acesso dos Raios-X, que não é monitorado, e seguido até a maternidade. O diretor informou que será instalada nesta segunda uma porta fechando o acesso à maternidade. "A partir de agora, o técnico dos Raios-X terá de ir até a portaria buscar o paciente", afirmou.   (com Solange Spigliatti, do estadao.com.br)

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