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Principais presidenciáveis votam sob indefinição do rival de Dilma no 2º turno

Os três principais candidatos à Presidência, Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB), votaram na manhã deste domingo em uma eleição marcada pela indefinição do adversário da atual presidente em um eventual segundo turno, depois que as últimas pesquisas mostraram o tucano e a ex-senadora em empate técnico em segundo lugar, com Dilma em primeiro. Dilma foi a primeira dos três a votar, em Porto Alegre, mostrando bom humor e chegando a fazer o sinal de vitória. A presidente e candidata à reeleição reconheceu que trabalha com a definição da disputa presidencial em dois turnos. "A hipótese que eu tenho trabalhado desde o início da eleição é de dois turnos. O resto, só as urnas vão definir o que acontecerá", disse Dilma, que votou vestida de vermelho e acompanhada do candidato à reeleição ao governo do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT). Questionada sobre qual candidato prefere enfrentar na segunda rodada de votação, Dilma afirmou que "quem tem que preferir é o povo". Depois de votar na capital gaúcha, Dilma seguiu para Brasília, onde vai acompanhar o desenrolar da eleição. Aécio votou em Belo Horizonte, também sorridente e usando camisa azul. O ex-governador de Minas Gerais demonstrou confiança e posou para fotos fazendo sinais de positivo e de vitória, e declarou estar "pronto" para governar o país. "Estou com muita fé e muito respeito, mas estou pronto, se chegar ao segundo turno, para governar o Brasil", disse Aécio em sua conta no Twitter após votar ao lado da mulher, Leticia Weber. Marina votou em Rio Branco, no Acre, ao lado de familiares. Vestida de amarelo, a candidata estava bastante sorridente, fazendo o sinal de vitória mesmo antes de votar. Ela chegou à sala por volta de 10h35 no horário de Brasília, 8h35 no Acre, portanto, logo após abertura das urnas no Estado. Para se identificar, Marina usou o cadastramento biométrico. A primeira tentativa não funcionou, mas na segunda, com o dedo indicador, não teve problemas. "Estou confiante de que estaremos no segundo turno, se Deus quiser, e o povo brasileiro", disse ela em entrevista coletiva.

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Por Redação
Atualização:

REVIRAVOLTAS

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Quase 143 milhões de brasileiros estão habilitados a votar neste domingo para escolher o próximo presidente, na eleição mais acirrada dos últimos tempos, marcada por duas grandes reviravoltas.

A primeira ocorreu em meados de agosto com a trágica morte de Eduardo Campos, então candidato do PSB à Presidência, e a entrada como um furacão de Marina em seu lugar. Em poucos dias, a ambientalista encostou em Dilma nas intenções de voto e jogou Aécio para um distante terceiro lugar.

A segunda grande virada desta campanha, que precisa ser confirmada pelas urnas, é a volta de Aécio ao segundo lugar, ultrapassando Marina na reta final na briga por uma vaga na segunda rodada de votação contra Dilma.

Pesquisas Datafolha e Ibope divulgadas na véspera da eleição mostraram que, embora a situação ainda seja de empate técnico entre Dilma e Aécio, houve uma inversão na disputa pelo segundo lugar no primeiro turno, e o candidato tucano passou a ter vantagem numérica sobre a ex-ministra.

A reeleição de Dilma representaria um quarto mandato consecutivo do PT na Presidência, após dois governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que torna a votação uma espécie de referendo sobre a continuidade ou não do partido no poder.

"Eu pensei bem sobre os candidatos e queria alguém que pudesse resolver o problema da violência. Votei na Marina. Acho que a Dilma já deu. As coisas que prometeu, não fez. Tentei Bolsa Família e Bolsa Maternidade e não consegui", disse a baiana Rosilene Silva de Jesus, de 29 anos, moradora da favela Paraisópolis, em São Paulo.

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Eleitores que disseram votar em Dilma apontaram benefícios do governo nos últimos anos.

"Vou votar na Dilma. Acho que o voto não é apenas individual, é coletivo, e muitas pessoas tiveram benefícios no governo dela", disse a estudante carioca Agatha Mandarino, de 17 anos, que vai votar pela primeira vez.

"Me incomoda saber que tem muita enganação no país, mas de certa forma o Brasil funcionou nos últimos 10 anos. Espero que no próximo governo o Brasil ingresse de vez nessa história de que somos a bola da vez", acrescentou.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que o primeiro turno das eleições teve um início tranquilo e sem maiores problemas, embora tenham sido registradas ocorrências isoladas.

De acordo com o tribunal, quatro urnas foram danificadas em São Luís, capital do Maranhão, na madrugada deste domingo, e uma urna foi incendiada em uma seção eleitoral da cidade.

No Amazonas, houve problemas para três urnas chegassem a locais remotos. Uma aeronave não conseguiu levantar voo no sábado por questões climáticas, atrasando a entrega nessas localidades.

(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro; Reportagem adicional de Camila Moreira, Gustavo Bonato e Anna Flávia Rochas, em São Paulo; Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro; e Nestor Rabello, em Brasília)

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