Rússia garante que não mudou política com relação à Síria

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Por Redação
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A Rússia disse nesta sexta-feira que não mudou sua política com relação à Síria, apesar de um diplomata russo ter dito que a oposição pode ganhar a guerra civil contra as forças do presidente Bashar al-Assad. As declarações feitas na quinta-feira pelo vice-chanceler Mikhail Bogdanov foram as mais pessimistas até agora por parte da Rússia sobre a situação de Assad, e foram bem-recebidas pelos EUA. O governo norte-americano disse que a Rússia "finalmente acordou para a realidade". Mas o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que Bogdanov reiterou a posição do país sobre a Síria, reforçando que qualquer resolução para o conflito deve ser baseada em um acordo fechado em um encontro internacional em Genebra este ano. "Bogdanov reiterou a posição da Rússia de que não há alternativa a uma solução política na Síria, baseada no comunicado final do Grupo de Ação que foi aprovado por consenso em uma reunião ministerial em Genebra", disse o ministério, em nota. As potências mundiais e regionais que se reuniram em Genebra concordaram, em 30 de junho, que um governo de transição deveria ser implementado na Síria para acabar com o derramamento de sangue no país, mas deixou em aberto qual seria o futuro papel de Assad. Não ficou claro se Bogdanov estava falando sobre sua posição pessoal ou se seus comentários refletem divisões dentro da Rússia sobre o conflito de 20 meses na Síria, e como lidar com a situação. A Rússia sempre disse que a saída de Assad não deve ser uma precondição para o fim do conflito na Síria e defendeu o presidente de resoluções do Conselho de Segurança da ONU que o acusariam pela violência. Bogdanov, enviado do Kremlin para o Oriente Médio, disse na quinta-feira que os ganhos dos rebeldes no terreno significam que uma vitória final sobre Assad "não pode ser descartada". A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA Victoria Nuland disse que os comentários de Bogdanov demonstravam que a Rússia agora "vê o que está escrito na parede" sobre a Síria. Ela disse que a Rússia deveria agora se juntar aos esforços para acabar com a violência. (Reportagem de Thomas Grove)

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