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'Sem idade mínima, nossos filhos herdarão dívida da previdência', Barroso

Ministro do STF, que participou de evento na Universidade de Oxford, disse que se o sistema não mudar, será 'uma injustiça entre gerações'

Por Fernando Nakagawa e correspondente
Atualização:

OXFORD - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso declarou ser favorável à adoção de idade mínima para a aposentadoria no Brasil. Se o sistema não mudar, diz o ministro, "nossos filhos irão herdar a dívida". "É uma injustiça entre gerações", disse em evento na Universidade de Oxford. A proposta tem sido tema de debate na equipe econômica do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

"Essa é uma questão de patriotismo e com as próximas gerações", resumiu Barroso, que defendeu abertamente a idade mínima. Ele comentou que essa prática é comum em vários países do mundo e defendeu a mudança porque, se nada mudar, "a conta não vai fechar".

'Se a pessoa se aposenta aos 50 anos vai viver 34 anos à custa dos outros', afirmou o ministro Foto: Reprodução Brasil Forum UK/ Twitter

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O ministro comentou que uma pesquisa mostrou que, apesar de a expectativa de vida no Brasil ser de 65 anos, brasileiros que chegam aos 50 anos vivem até os 84 anos. "Assim, se a pessoa se aposenta aos 50 anos vai viver 34 anos à custa dos outros. Portanto, é preciso enfrentar o problema com a idade mínima", disse o ministro durante o evento "Brazil Forum", organizado pelos alunos da Universidade de Oxford e da London School of Economics.

Barroso também voltou a defender o fim do foro privilegiado para políticos, com o argumento de que o STF deve julgar temas mais relevantes para a sociedade. "Um colega disse que não podemos perder esse poder. O poder não é para mim. E se a gente não está conseguindo entregar um serviço bom, o Supremo tem de se liberar disso. A gente tem mais o que fazer", disse Barroso. "Perícia, ouvir testemunha ou instrução penal. Isso é coisa de juiz de primeiro grau", completou.

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