'Sentar na cadeira dá azar', afirma Dilma

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Por Redação
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A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira que é injusta a acusação de José Serra (PSDB), seu principal adversário na corrida eleitoral, de que ela já tenha "sentado na cadeira" de presidente. Para ela, essa atitude "dá azar e é uma característica do PSDB". "Eu não acho só injusto. Acho que ele (Serra) está passando para mim uma característica do PSDB. Porque quem, literalmente, sentou na cadeira antes da eleição foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que ele (Serra) esconde sistematicamente", disse Dilma a jornalistas. Em 1985, durante eleição para a Prefeitura de São Paulo, o então candidato Fernando Henrique Cardoso liderava as pesquisas de intenção de voto contra Jânio Quadros e sentou na cadeira de prefeito para ser fotografado. Ao final, porém, Jânio saiu vitorioso do pleito. A acusação de Serra foi feita domingo, durante visita à Associação dos Nordestinos no Estado de São Paulo (Anesp). Na ocasião, o tucano afirmou que era uma "falta de respeito para com as pessoas alguém sentando na cadeira a mais de um mês das eleições". "Eu tenho dito, inclusive, que acho de um azar absurdo sentar antes na cadeira", completou Dilma. Questionada se chamaria o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu (PT-SP) para ocupar uma vaga na equipe de seu governo, caso ela vença as eleições, Dilma negou. "Não acho muito provável. Ele não participa diretamente das ações do governo. Não estou fazendo uma condenação de José Dirceu", afirmou, acrescentando, ao mesmo tempo, que não poderia tratar sobre cargos em sua eventual gestão para não "colocar o carro na frente dos bois". Dirceu está sendo investigado pelo Superior Tribunal Federal (STF), junto a outras 39 pessoas, acusado de ser o chefe do esquema do mensalão. A candidata considerou "factoide" os diversos nomes que estão sendo ventilados para compor seu eventual primeiro escalão. Sobre seu relacionamento futuro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, idealizador de sua candidatura, Dilma disse: "Não há força no mundo que vá me distanciar do presidente Lula". A petista negou uma reforma da Previdência e disse que são prioritárias as reformas tributárias e políticas. (Reportagem de Carmen Munari)

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