Síria diz que ataques aéreos liderados pelos EUA não enfraqueceram Estado Islâmico

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Por Redação
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O ministro das Relações Exteriores da Síria afirmou que os ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos não foram capazes de enfraquecer o Estado Islâmico na Síria e que o grupo jihadista não será contido a menos que a Turquia seja obrigada a reforçar o controle da fronteira. Uma aliança chefiada pelos EUA começou a atacar alvos do grupo extremista na Síria em setembro, parte de um esforço mais amplo para destruir a dissidência da Al Qaeda que ocupou vastas áreas do país e do vizinho Iraque. “Todas as indicações mostram que (o Estado Islâmico) hoje, depois de dois meses de ataques aéreos da coalizão, não está mais fraco”, declarou o ministro, Walid al-Moualem, em uma entrevista à televisão Al Mayadeen, sediada em Beirute, nesta sexta-feira. O governo sírio disse estar disposto a se unir à luta contra o Estado Islâmico, mas os EUA se recusam a lidar com o presidente sírio, Bashar al-Assad, o qual afirmam ter perdido legitimidade e que deveria deixar o poder. “Se o Conselho de Segurança (da Organização das Nações Unidas) e Washington não forçarem a Turquia a controlar suas fronteiras, então toda esta ação não irá eliminar (o Estado Islâmico)”, afirmou Moualem, referindo-se à atuação dos jihadistas estrangeiros que cruzaram da Turquia para a Síria. A Turquia, que tem uma divisa de 900 quilômetros com a Síria, negou veementemente as acusações de que vem apoiando militantes islâmicos, intencionalmente ou não, em seu empenho em ajudar os rebeldes sírios a depor Assad. Acredita-se que milhares de combatentes estrangeiros se juntaram aos radicais em seu autoproclamado califado em territórios no leste sírio e no oeste iraquiano. Moualem disse que os pedidos turcos pelo estabelecimento de uma zona de exclusão aérea no norte da Síria levaria à divisão do país, acrescentando que a Turquia tem segundas intenções em solo sírio. A Turquia afirmou repetidamente que uma zona de exclusão aérea deveria ser implementada para criar áreas seguras na Síria, permitindo que os refugiados do país na Turquia fossem repatriados. A ideia turca teve uma recepção fria entre seus aliados. Um dos principais generais da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) declarou nesta semana que a proposta não está sendo cogitada. Moualem conversou com o presidente russo, Vladimir Putin, e com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, no Mar Negro, retomando uma iniciativa diplomática para ressuscitar as conversas de paz na Síria. O esforço não deve dar resultados, porque a Rússia rejeita os pedidos dos opositores sírios, ocidentais e árabes de Assad para que o líder entregue o cargo rapidamente. “Depois de nossas discussões com o lado russo, concordamos que o diálogo será com a oposição nacional sem ligações com o exterior”, declarou Moualem.

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