Só 13% são usuários dos melhores planos de saúde, indica índice

Entre as 913 operadoras analisadas pela ANS, 158 receberam as notas mais altas, o equivalente a 17% do total

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Por Clarissa Thomé e RIO
Atualização:

Somente 13% dos 47 milhões de beneficiários de planos de saúde são clientes das operadoras que detêm a melhor classificação, de acordo com o Índice de Desenvolvimento da Saúde Suplementar (IDSS), divulgado ontem, referente ao ano de 2011. Entre as 913 empresas analisadas, 158 receberam as notas mais altas (17% do total). Em 2010, 46 de 1.103 operadoras estavam no topo do ranking. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no entanto, não divulgou o ranking das operadoras. O índice mostrou que houve melhora na qualificação das operadoras, em relação a 2010 - as que estão nas duas faixas mais altas de pontuação passaram de 32% para 62% do total. São 566 empresas, que concentram 76% dos beneficiários de planos do País. "Cento e cinquenta operadoras foram canceladas ao longo de 2011. Isso representa a saída do mercado das empresas mal avaliadas e é fruto da rigidez regulatória. As operadoras se adequaram e isso trouxe mais beneficiários para as que estão nas faixas mais altas", afirmou o diretor-presidente interino da ANS, André Longo. Esta foi a primeira vez que a agência reguladora divulgou as notas obtidas pelas operadoras, e não somente as faixas de desempenho. As informações poderão ser consultadas no portal da ANS, no Espaço da Qualidade. "Estimulamos que o beneficiário faça a comparação, mas do ponto de vista técnico não orientamos que se faça um ranking. Há diferenças de porte entre as operadoras, e regionais. O melhor plano do Brasil pode não ter rede na Região Norte, por exemplo", lembrou Longo. As notas vão de 0 a 1 - quanto mais próximo de 1, melhor o desempenho. Para se chegar à pontuação, 33 parâmetros foram analisados e divididos em quatro quesitos - atenção à saúde, satisfação do beneficiário, desempenho econômico-financeiro, estrutura e operação (avaliação da rede). O item com maior crescimento foi atenção à saúde, que leva em consideração, por exemplo, se as operadoras atingiram a meta de exames preventivos em 28% das beneficiárias ou se baixaram a taxa de cesárias, que está em 90%, para 45%. Para José Cechin, diretor executivo da FenaSaúde, que reúne as 15 maiores operadoras, não houve aumento da insatisfação do consumidor. "O que tem acontecido é que os canais de reclamação se tornaram mais fáceis e mais acessíveis às pessoas", disse./ COLABORARAM FELIPE WERNECK e LUCIANA NUNES LEAL

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