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Temer e ministros são notificados da denúncia

A partir de agora, cada defesa terá o prazo de dez sessões para se manifestar; notificação foi trazida ao Palácio do Planalto pelo primeiro secretário da Câmara

Por Carla Araujo e Daiene Cardoso
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) foram notificados na tarde desta quarta-feira, 27,da denúncia apresentada pelo ex-procurador-Geral da República Rodrigo Janot, que acusou os peemedebistas de obstrução da Justiça e organização criminosa.

Moreira Franco e Eliseu Padilha foram denunciados na mesma ação que Temer Foto: Dida Sampaio/Estadão

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A notificação foi trazida ao Palácio do Planalto pelo primeiro secretário da Câmara, Fernando Giacobo (PR-PR), depois de dois adiamentos por causa de problemas operacionais no sistema da Câmara. O deputado trouxe o documento até a Secretaria de Assuntos Jurídicos da Casa Civil. A notificação foi assinada pelo sub-chefe de Assuntos Jurídicos, Gustavo do Vale Rocha, às 15h02.

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"Acho que quanto mais rápidos passar essa questão melhor para o País", disse. "Continuo triste e estou aqui cumprindo meu papel institucional. Espero que isso se resolva e o combate à corrupção continue" afirmou.

Autor de voto contrário ao prosseguimento da primeira denúncia contra Temer, Giacobo, ao ser questionado se já sabe como vai votar, disse que "agora vamos avaliar". 

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Giacobo disse que não tinha embasamento jurídico para dar opinião sobre a possibilidade de desmembramento das denúncias de Temer e dos ministros e afirmou que as defesas serão apresentadas separadamente. "A partir da entrega da última defesa começa a contar cinco sessões (para a Comissão de Constituição e Justiça votar)", reforçou. 

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A denúncia agora será encaminhada para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde começará a tramitação. Ao deixar a Câmara, Giacobo já havia afirmado que iria cumprir o seu papel constitucional e que agora cada defesa terá o prazo de dez sessões para apresentar seus argumentos.

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 No Planalto, a expectativa é de que a tramitação ocorra de uma forma “natural”, sem pressa nem morosidade. A defesa de Temer, que será separada da dos ministros, deve ser entregue apenas na semana que vem.

Temer precisa de, no mínimo, 172 votos para conseguir barrar o prosseguimento da acusação para o Supremo Tribunal Federal. Na primeira denúncia, votada em plenário no dia 2 de agosto, o presidente conseguiu 263 votos ao seu favor. Contrários ao peemedebista votaram 227 deputados. 

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DEFESA

Gustavo do Vale Rocha, que assinou as notificações, terá um papel de advogado informal na defesa do presidente nesta segunda denúncia. Na terça-feira, 26, Temer recebeu no Palácio do Planalto o advogado Eduardo Carnelós, que o defenderá na denúncia por formação de quadrilha e obstrução da Justiça. Carnelós, que substitui o criminalista Antonio Mariz na defesa de Temer, foi trazido ao Planalto pelo sub-chefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil. Rocha participou de reunião com Mariz e Temer em São Paulo na semana passada. 

Na sexta-feira ou no fim de semana, possivelmente, o presidente vai a São Paulo para um novo encontro com o advogado para finalizar a defesa.

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