Trabalhadores das pirâmides 'não eram escravos', dizem arqueólogos

Túmulos descobertos ao lado do de faraó seriam de homens livres.

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Por BBC Brasil
Atualização:

Cientistas apresentaram no Egito tumbas cuja localização, próxima das principais pirâmides, reforça a teoria de que esses grandes monumentos foram construídos por trabalhadores livres, e não por escravos. Os túmulos, construídos cerca de 4,5 mil anos atrás, contêm os restos mortais dos trabalhadores que morreram enquanto levantavam as pirâmides de Quéops e Quéfren. "Essas tumbas foram construídas ao lado da pirâmide do faraó, o que indica que essas pessoas não eram, de forma alguma, escravos", disse o arqueólogo que chefiou os trabalhos de escavação, Zahi Hawass. "Se fossem escravos, eles não poderiam ter construído suas tumbas ao lado da do faraó." Ele disse que a descoberta "pode ser a mais importante do século 21" em relação à civilização egípcia. Os túmulos são feitos de argila seca, semelhante a outras covas descobertas em 1990, e datam das 4ª e 5ª dinastia (2649-2374 AC). Tradicionalmente, as autoridades do Egito refutam a teoria de que as pirâmides foram construídas por escravos, alegando que essa hipótese - um "mito", em suas palavras - ignora as habilidades necessárias na construção e a sofisticação da civilização egípcia. Evidências colhidas no sítio arqueológico indicam que 21 vacas e 23 cordeiros eram enviados diariamente para alimentar cerca de 10 mil pessoas que trabalharam na construção das pirâmides. Segundo Hawass, é possível que os fornecedores da carne, fazendeiros no Delta do Rio Nilo e no sul do Egito, não estivessem pagando impostos ao governo, e sim fazendo parceiras com o governo nesses grandes projetos nacionais da época. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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