UE pode aplicar sanções a separatistas da Ucrânia e evitar mais medidas contra Rússia

Segundo a chefe de política externa do grupo, líderes europeus devem discutir a reação às eleições ilegais no leste do país nesta segunda-feira

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Por ADRIAN CROFT E ROBIN EMMOTT
Atualização:
A chefe de política externa do bloco, Federica Mogherini Foto: Bernd Von Jutrczenka/AFP

Os governos da União Europeia podem concordar em impor sanções pessoais a mais rebeldes apoiados pela Rússia nesta segunda-feira em reação à eleição separatista no leste da Ucrânia, mas é improvável que discutam novas medidas contra Moscou até meados de dezembro, disseram autoridades

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Ministros das Relações Exteriores da UE debateram como responder à votação de 2 de novembro, que afirmam não ter base legal, assim como maneiras de lançar reformas na Ucrânia e envolver a Rússia na busca de uma solução para o conflito.

"Discutiremos hoje (segunda-feira) qual será a melhor opção para reagir às assim chamadas eleições de 2 de novembro, que todos nós dissemos terem sido ilegais e ilegítimas e que podem exigir alguma reação por parte da União Europeia”, declarou a chefe de política externa do bloco, Federica Mogherini, a repórteres na chegada para as conversas.

Os ministros devem concordar em acrescentar mais separatistas apoiados por Moscou em uma lista de pessoas proibidas de entrarem na UE e daquelas cujos bens na união foram congelados.

Mas há divisões entre eles sobre a necessidade de sanções econômicas mais severas à Rússia, apesar das afirmações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) – negadas por Moscou – de que os russos enviaram tanques e soldados para o leste ucraniano nos últimos dias.

Países da UE como as nações bálticas, a Grã-Bretanha, a Polônia e a Suécia vêm pressionando constantemente pela adoção de sanções mais duras, mas países como Áustria, Grécia e Chipre estão relutantes.

O ministro das Relações Exteriores tcheco, Lubomir Zaoralek, declarou que seu país está pronto para apoiar as sanções individuais, mas novas punições econômicas contra a Rússia provavelmente só serão discutidas pelos líderes europeus em sua próxima cúpula, nos dias 18 e 19 de dezembro.

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Seu colega polonês, Grzegorz Schetyna, afirmou que a UE deveria iniciar os preparativos agora para que os líderes possam adotar sanções mais rígidas contra a Rússia rapidamente se Moscou agir agressivamente na Ucrânia.

Como sintoma da tensão nas relações entre a capital russa e o bloco de 28 nações, a Rússia disse que vários de seus diplomatas foram expulsos da Polônia e que diplomatas poloneses receberam ordens de deixar o solo russo como resposta.

Uma entidade internacional de direitos humanos declarou nesta segunda-feira que a Rússia deveria investigar as acusações crescentes de abusos destes direitos contra ativistas ucranianos e tártaros muçulmanos na Crimeia, península da Ucrânia anexada por Moscou em março.

(Reportagem adicional de Jan Strupczewski, Robert-Jan Bartunek, Sabine Siebold e Francesco Guarascio)

((Tradução Redação Rio de Janeiro; +55 21 2223-7148))REUTERS MPP

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