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Veneza continua a afundar lentamente, mostram imagens de satélite

Pesquisas recentes revelam que cidade ainda está afundando e até mesmo se inclinando levemente para o leste.

Por Jonathan Amos
Atualização:

Medições mais recentes feitas por meio de imagens de satélite mostram que Veneza continua a afundar, embora a uma lenta velocidade de 2 milímetros por ano. A famosa cidade dos canais, localizada no nordeste da Itália, registrou um afundamento significativo no último século devido à constante extração de água subterrânea. A prática foi interrompida e estudos realizados na década passada mostraram que a tendência havia sido revertida. No entanto, pesquisas recentes conduzidas por uma equipe dos Estados Unidos e da Itália revelaram que a cidade ainda está afundando, e até mesmo se inclinando levemente para o leste. Outro fator levado em consideração foi o aumento do nível das águas da Lagoa Veneziana em cerca de 2 milímetros por ano, o que faz com que, no total, o aumento do nível do mar em relação à cidade seja de 4 milímetros por ano. Planejamento Veneza já é regularmente atingida por inundações. Tais enchentes, no entanto, devem passar a ser controladas com maior eficiência após a instalação de um novo sistema de barreiras cuja construção deve ser finalizada em 2014. De acordo com Yehuda Bock, da equipe de cientistas do Instituto de Oceanografia Scripps, da Califórnia, o grande benefício trazido pelas novas informações será o impacto na maneira com a qual o governo poderá se planejar para defender a cidade. "Trata-se de dados cruciais que eles precisam lever em consideração", avalia. O cientista atuou na pesquisa em Veneza ao lado de colegas da Universidade de Miami e da empresa italiana Tele-Rilevamento Europa, especializada em medições de movimento sísmico por meio de sensores espaciais. Como ferramentas, a equipe utilizou uma combinação de GPS e radares de satélite para mapear como Veneza e a lagoa vêm se movendo ao longo do tempo. Receptores de GPS científicos podem mostrar movimento com bastante precisão de detalhes. Tais dados são então usados para "localizar" as mudanças relativas de altura em diferentes pontos da região descritos por meio de imagens de radar. "O GPS fornece o movimento absoluto em relação à Terra, o que é importante para medir o afundamento. Já o radar basicamente nos mostra como pontos em uma região de movem com relação uns aos outros. Colocando os dois lado a lado, obtemos milhares de pontos no solo que estão ligados a um ponto de referência absoluto", explica Bock. Tendência A análise indicou que durante a primeira década do século 21 a cidade estava afundando a uma taxa média de 1 a 2 milímetros por ano, e na Lagoa Veneziana alguns pontos chegaram a afundar entre 3 e 4 milímetros por ano. Ninguém pode realmente afirmar como esta tendência deve se comportar no futuro, mas se as taxas atuais de afundamento da cidade e de elevação do nível do mar se mantiverem, Veneza poderá afundar até 80 milímetros em relação à altura média da água na lagoa nos próximos 20 anos. No entanto, o novo sistema de barreiras deverá conseguir enfrentar esse problema. No longo prazo, Veneza sempre estará vulnerável a problemas, segundo a equipe de Bock. Processos geológicos em grande escala estão pressionando o terreno sobre o qual está a cidade. "Veneza está sempre se movendo", disse Bock à BBC. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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