Volkswagen afasta executivo envolvido em testes com macacos

Em documento, chefe de relações governamentais e sustentabilidade confessa que sabia de testes com macacos, mas que não autorizou versão com seres humanos

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Por Redação
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A montadora Volkswagen anunciou nesta terça-feira, 30, o afastamento de um diretor do alto escalão em resposta às críticas sobre experimentos realizados com macacos e humanos para medir o impacto de emissões de fases poluentes. 

+ Volkswagen promete investigar testes de diesel em macacos

Em um documento divulgado nesta terça, a empresa afirma que Thomas Steg, chefe de relações governamentais e sustentabilidade, se afastou das suas funções por conta própria. 

Executivo da Volkswagen concedeu uma entrevista ao jornal alemão Bild, onde afirmou que sabia sobre os métodos dos experimentos, realizados na cidade de Albuquerque, nos EUA Foto: Reuters

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Steg concedeu uma entrevista ao jornal alemão Bild, onde afirmou que sabia sobre os métodos dos experimentos, realizados na cidade de Albuquerque, nos EUA, em 2014 com dez macacos confinados em câmaras de ar. Mas que, por decisão própria, não informou o então CEO da empresa, Martin Winterkorn. Steg, no entanto, disse que rejeitou uma proposta para usar voluntários humanos nos experimentos. 

A pronta resposta da empresa ocorre após uma reportagem do The New York Times revelar que três montadoras alemãs - Volkswagen, Daimler e BMW - usaram uma organização chamada Grupo de Pesquisa Europeu sobre Ambiente e Saúde no Setor dos Transportes (EUGT, na sigla em inglês) para realizar os testes e mostrar que as emissões dos novos modelos de veículos movidos à diesel usavam uma tecnologia que limitava a emissão de poluentes. 

O teste foi realizado com um Fusca, que foi alterado pela Volks a fim de produzir níveis de poluição menos severos, em condições de laboratório, do que aconteceria na estrada. 

O conselho de administração da Volkswagen pediu a abertura de um inquérito interno para apurar responsabilidades após as revelações. 

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O atual CEO da empresa, Matthias Mueller, afirmou em um comunicado divulgado nesta terça, que "investigará em detalhes o trabalho que a EUGT realizou, e que foi encerrado em 2017, para tomar as devidas providências, e "responsabilizar todos os envolvidos".

Autoridades do governo dos EUA e ambientalistas e defensores dos direitos dos animais condenaram os experimentos que as montadoras alemãs realizaram com os macacos. 

A Daimler e a BMW também divulgaram notas oficiais condenando os testes, e apontaram que inquéritos internos serão abertos para punir os responsáveis. 

Os testes com macacos são um novo capítulo de escândalos para a indústria automotiva alemã. Em 2016, a Volks foi obrigada a pagar mais de US$ 26 bilhões em multas após ter admitido sua culpa em uma enorme esquema de fraude e conspiração para "driblar" testes de emissão de seus veículos com motores a diesel. / ASSOCIATED PRESS E FRANCE PRESSE

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