Série de artigos de Julio Mesquita mostrou aos leitores visão global da Primeira Guerra Mundial

Coluna ‘O Boletim da Guerra’ era publicada semanalmente, com informações de diferentes veículos de imprensa estrangeiros, relatos e cartas de amigos e testemunhos pessoais de combatentes

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Foto do author Liz Batista
Atualização:

Em agosto de 1914, Julio Mesquita (1862-1927) publicou o primeiro da série de artigos que escreveria ao longo dos quatro anos de duração da Primeira Grande Guerra. Contornando as limitações da informação e da comunicação no período, com a censura parcial das notícias – decretada após a entrada do Brasil no conflito – e a diminuição dos despachos telegráficos, ele recorreu a diferentes publicações estrangeiras, a relatos e cartas de amigos, e até a testemunhos pessoais de combatentes para levar aos leitores uma visão global da guerra.

Reprodução de foto publicada no jornal O Estado de S. Paulo de 12 de dezembro de 1916 com soldados e o jornal brasileiro na frente italiana da Primeira Guerra Mundial Foto: Acervo Estadão - 12/12/1916

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A coluna foi chamada de “O Boletim da Guerra” e era publicada semanalmente. Mais que um balanço do conflito e uma narrativa do avanço das batalhas pelo globo, os textos analisavam os interesses políticos dos governos envolvidos e abordavam o elevado custo humano dos combates. Os artigos são considerados um marco do jornalismo moderno. Em 2002, foram republicados no livro “A Guerra”, organizado por Ruy Mesquita Filho.

Outra inovação da cobertura do Estadão durante a Primeira Guerra Mundial foi o lançamento de uma edição complementar noturna, em 1915. Em formato berliner e com tiragem diária, a publicação, chamada de Estadinho, veio para suprir o interesse cada vez maior por notícias sobre o conflito, sobretudo por parte da grande população de imigrantes europeus em São Paulo. Foi um produto de sucesso, seguindo em circulação mesmo após o fim da guerra.