João Gilberto

Músico

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

João Gilberto Prado Pereira de Oliveira

10/6/1931, Juazeiro (BA) - 6/7/2019, Rio de Janeiro (RJ)

PUBLICIDADE

Proveniente de uma família de músicos amadores, o compositor ganhou seu primeiro violão aos 14 anos de idade. Durante a adolescência, formou o conjunto "Enamorados do Ritmo". Muda-se para Salvador aos 18 anos, onde se torna crooner da Rádio Sociedade da Bahia. Transfere-se para o Rio de Janeiro, em 1950, substituindo o solista do conjunto vocal "Garotos da Lua", atuante na Rádio Tupi, com quem gravou os discos "Recruta Biruta" e "Bateria Sentido". Contratado como violonista de estúdio pela gravadora CBS, acompanhou diversos cantores da época, tendo também se apresentado frequentemente na boate Casablanca, apresentando-se como solista ou integrante do conjunto "Quitandinha Serenaders", e também na boate Plaza, reduto dos músicos que buscavam novas harmonias e recebiam influência do cool-jazz e do bepop. Além deste, integrou também o conjunto "Anjos do Inferno", apresentando-se em São Paulo.

Após um período fora do Rio de Janeiro, entre 1955 e 1957, quando residiu no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais, retornou à cidade carioca, dedicando-se integralmente à música. Em 1958, ano considerado o marco inicial da Bossa Nova, grava as faixas “Chega de Saudade” e “Outra Vez”, do LP "Canção do Amor" demais, acompanhando ao violão a cantora Elizeth Cardoso. Neste mesmo ano, lança os discos “Chega de saudade” e “Bim bom”, episódios que marcam definitivamente sua carreira solo e já trazem características típicas de suas músicas: o intimismo de suas interpretações vocais e a nova batida de violão. Seu primeiro LP, "Chega de Saudade", surge em 1959, contendo a canção “Desafinado”, que consagra a expressão já em voga entre os jovens da época: “Isto é bossa nova, isto é muito natural”.

Durante a década de 1960, grava quatro novos álbuns, dentre eles o aclamado "Getz & Gilberto" (1964), com o saxofonista de jazz Stan Getz, e que tem a participação da cantora Astrud Gilberto, primeira esposa do músico, na faixa “The Girl from Ipanema”. O disco se mantém durante 96 semanas em 2º lugar da parada pop da revista Billboard, atrás somente dos Beatles, e é premiado com quatro Grammy, incluindo Melhor Álbum e Disco do Ano. Nesse período viaja aos Estados Unidos para participar do histórico “Festival de Bossa Nova”, realizado no Carnegie Hall, em Nova York. Já conhecido internacionalmente, fixa residência na cidade e realiza uma série de shows em diversas cidades norte-americanas e na Europa. Entre 1969 e 1971, já casado com Heloisa Buarque de Holanda, a cantora Miúcha, vive temporariamente no México, onde participa de festivais de jazz e produz o LP "João Gilberto en Mexico" (1970). Antes de retornar a Nova York, onde vive até 1979, passa uma breve temporada no Brasil durante o ano de 1971, quando participa de um especial da TV Tupi ao lado de Caetano Veloso e Gal Costa.

O LP "Amoroso", lançado simultaneamente no Brasil e nos Estados Unidos, é indicado ao Grammy de melhor performance de jazz, em 1977. No ano seguinte, apresenta-se no Teatro Castro Alves, em Salvador, e no Teatro Municipal de São Paulo, e grava mais um especial de televisão. Durante a década de 1980, retorna definitivamente ao Brasil, fixando residência no Rio de Janeiro. Grava o especial da TV Globo "João Gilberto Prado Pereira de Oliveira", com participação de sua filha Bebel Gilberto, e lança o disco homônimo. Nesse período e durante toda a década de 1990, segue fazendo outros especiais para televisão, como o “João Gilberto: a arte e o ofício de cantar”, da TV Bandeirantes, e realiza concertos em cidades brasileiras e europeias, tais como Montreaux, Madri, Roma, Paris e Bruxelas. É novamente indicado ao Grammy, na categoria de melhor performance vocal masculino de jazz, pelo CD "Live in Montreaux", em 1981, e recebe o prêmio na categoria de melhor álbum de world music, por João, voz e violão, em 2001. Atualmente continua se apresentando em diversos concertos, embora com menor frequência, dentre eles o memorável show realizado em 2008, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em comemoração aos 50 anos da bossa nova.

Publicidade

Páginas selecionadas pelo Editor

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.