Um dia em 150 anos: boneco Ricardão do trânsito

Série do Acervo Estadão mostra cenas e histórias do cotidiano registradas pelo jornal desde a sua fundação, em 4 de janeiro de 1875

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Foto do author Rose Saconi
Atualização:
Manequim, apelidado de "Ricardão" foi um boneco utilizado pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para inibir quem dirigia em alta velocidade nas marginais Pinheiros e Tietê. Foto de 04/01/1994. Foto: Clóvis Ferreira/Estadão

Numa época em que haviam poucos radares de velocidade nas marginais, um famoso boneco ajudou na fiscalização do trânsito em São Paulo. Chamado de Ricardão, em homenagem ao então gerente das marginais, Ricardo Teixeira, o boneco era um manequim vestido com o uniforme dos agentes de trânsito da cidade, os marronzinhos. Em 1994 foram instalados vários desses bonecos nas cabines da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) que existiam nas marginais e em outros pontos estratégicos da cidade. O objetivo era inibir os motoristas infratores e aumentar a segurança das vias.

Estadão- 6 de janeiro de 1994

Página do jornal O Estado de S. Paulo de 6 de janeiro de 1994 Foto: Estadão

“A simples presença de alguém uniformizado, que não chega a ser identificado à distância como um manequim, já faz 90% dos motoristas tirarem o pé do acelerador”, justificou na época o secretário dos Transportes, Getúlio Hanashiro.

Boneco Ricardão no gabinete do secretário de Transportes de São Paulo. Foto: Acervo Estadão Foto: Estadão

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No começo da operação, o falso agente Ricardão, e algumas versões femininas do boneco apelidadas de Susy, ficaram famosos e aguçaram a curiosidade nos motoristas que começaram a andar mais devagar nas marginais só para ver os bonecos. A CET resolveu, então, deixar o boneco “descansando” uns dias no gabinete do secretário até a curiosidade passar (veja foto acima).

Os bonecos ficaram na ativa até a aprovação do Código de Trânsito Brasileiro em 1997. Um deles foi preservado por um tempo no Museu da CET. Mais tarde, a companhia decidiu se desfazer do boneco e enviou todos para a reciclagem.

UM DIA EM 150 ANOS

Em seus 150 anos, o Estadão registrou os grandes fatos históricos de São Paulo, do Brasil e do Mundo. Mas seus repórteres e fotógrafos também voltaram seus olhares para acontecimentos cotidianos, história das pessoas em seus dia-a-dia e seus lugares. Neste ano de 2025 em que o jornal comemora seu sesquicentenário, o Acervo Estadão faz uma seleção diária possível de alguns desses acontecimentos arquivados nas milhares de páginas do jornal ao longo dos 150 anos.

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