Tela inédita de Tarsila do Amaral tem autenticidade confirmada por perícia; entenda


Obra gerou desconfiança durante a feira SP-Arte e foi submetida à perícia pela OMA Galeria e Tarsila. S.A; em carta aberta à imprensa, parte dos herdeiros da artista afirma que sua ‘autenticidade não foi legitimamente reconhecida’ e a Tarsila S/A responde; leia

Por Redação
Atualização: Correção:
'Paisagem 1925': perícia confirma que obra é de Tarsila do Amaral Foto: Divulgação / Felipe Berndt

Uma nova tela atribuída à Tarsila do Amaral (1886-1973), que teve a autoria questionada no mercado da arte, teve autenticidade confirmada por perícia técnica nesta segunda, 19. A obra foi batizada como Paisagem 1925.

A confirmação foi dada pela OMA Galeria e pela Tarsila S.A, gerenciado por parte da família da artista, que contratou a perícia para investigar a obra descoberta.

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Em abril, a tela foi levada pela galeria OMA à feira SP-Arte com autoria atribuída à Tarsila. Galeristas chegaram a afirmar que não acreditavam ser uma obra autêntica da pintora. “Não preciso vê-la de perto para ter certeza disso”, disse o diretor-presidente da Bolsa de Arte, Jones Bergamin, à época ao jornal O Globo. Ele foi responsável pela venda de A Caipirinha - até então, obra brasileira mais cara da história.

Douglas Quintale, chamado pela família de Tarsila para conduzir o processo de avaliação e certificação da tela, afirmou, de acordo com informações divulgadas para a imprensa: “Atualmente, é impossível, por mais que uma pessoa conheça obras de arte ou a produção de um artista, dizer se uma obra é falsa ou verdadeira apenas pelo aspecto plástico ou exame visual. São disciplinas e ciências afins que vão comprovar e corroborar premissas para uma conclusão objetiva.”

Quando foi levada à OMA, a tela seria vendida por R$16 milhões. Agora, o valor de mercado saltou para R$60 milhões, tornando essa a obra mais valiosa de Tarsila.

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Paisagem 1925

A tela foi atribuída à fase Pau-Brasil da artista, posterior ao impacto da Semana de Arte Moderna, e retrata a paisagem típica do interior do País com influência do Cubismo.

Segundo o atual proprietário da obra, o brasileiro-libanês Moisés Mikhael Abou Jnaid, o quadro estava no Líbano desde 1976. Foi um presente do pai de Moisés, Mikael Mehlem Abouij Naid, para sua futura mulher, Beatriz Maluf, em 1960, em Pirajú, no interior de São Paulo. A obra ficou no Brasil até 1976, quando a família resolveu voltar à Zahle, no Líbano.

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Os dois lados

Em nota enviada à imprensa nesta quarta, 21, parte dos herdeiros de Tarsila do Amaral, que representam a maioria dos sucessores, afirmam que a obra não passou por avaliação do colegiado do Catálogo Raisonné da artista, responsável por catalogar as obras, portanto, a autenticidade da tela não foi reconhecida.

“Manifestamos completo e total repúdio às afirmações lançadas por pessoas que não estão autorizadas pela maioria da família para alterar e certificar a autenticidade de obras da renomada artista plástica”, diz o texto.

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Depois de divulgada esta carta, a Tarsila do Amaral Licenciamento e Empreendimentos S/A também se manifestou, no dia 22.

Leia as duas cartas abertas abaixo.

Carta aberta de herdeiros de Tarsila do Amaral

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No último dia 19 de agosto, mais de 50% dos sucessores da renomada artista plástica Tarsila do Amaral foram surpreendidos por uma matéria veiculada no Jornal Nacional, afirmando que a família da artista Tarsila do Amaral teria confirmado a autenticidade de uma tela depois de quase 100 anos.

Diante da gravidade de tal situação e do risco à credibilidade das obras de Tarsila do Amaral, seus herdeiros e sucessores, que esta subscrevem, manifestam seu completo e total repúdio às afirmações lançadas por pessoas que não estão autorizadas pela maioria da família para alterar e certificar a autenticidade de obras da renomada artista plástica.

Durante quase quatro anos, foi elaborado o Catálogo Raisonné das obras de Tarsila do Amaral, sob a coordenação de um colegiado de especialistas, reconhecidos nacional e internacionalmente. Nesse catálogo foram enumeradas e avaliadas as obras de Tarsila do Amaral, servindo de verdadeiro guia para museus, casas de leilão, colecionadores, historiadores, etc.

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A obra referida na matéria jornalística não foi submetida ao colegiado do Catálogo Raisonné, portanto, sua autenticidade não foi legitimamente reconhecida. Tal obra foi vista, ao que indicam, por poucas pessoas, apareceu numa feira de arte em abril desse ano e, de acordo com o galerista Thomaz Pacheco, o dono seria Mikael Abouij Naid que teria adquirido diretamente de Tarsila em 1951. Os herdeiros mais próximos de Tarsila do Amaral nunca ouviram falar dessa obra, sendo inverossímil que ela tenha permanecido oculta por tanto tempo.

É importante ressaltar que um pequeno grupo de pessoas, dentre elas herdeiras de Tarsila do Amaral, não possuem legitimidade para afirmar a autenticidade de obras de Tarsila do Amaral, sem submetê-la ao colegiado que elaborou o Catálogo Raisonné. Nem mesmo a empresa TALE (Tarsila do AmaralLicenciamento e Empreendimentos S.A.) possui qualquer autorização para promover tal ato.

Os argumentos apresentados na matéria pela Sra. Paola Montenegro, para certificar a obra como autêntica, são inadmissíveis, por afirmação de que “basta um técnico de laboratório dizer que a tinta e a tela são compatíveis com a época”. Essa declaração revela total despreparo dessa pessoa e falta de capacidade técnica para apresentar, em rede nacional, uma conclusão dessa, sem qualquer discussão prévia com os demais herdeiros de Tarsila do Amaral, colocando em risco todo acervo da artista.Após anos de divulgação e discussão com as maiores autoridades do Brasil e de outros países, a artistaTarsila do Amaral passou a ser reconhecida internacionalmente e suas obras, cuja autenticidade é demonstrada no Catálogo Raisonné, são objeto de grande admiração e valorização.

Essa tentativa irresponsável de divulgar uma obra de Tarsila, não indicada no Catálogo, põe em risco a credibilidade conquistada durante anos de árduo trabalho, podendo sujeitar pessoas de boa-fé a adquirirem obras não autênticas. Essa atitude vem se repetindo no curso dos últimos meses, tendo havido a inacreditável tentativa de venda de NFTs (non-fungible token) de obras não autênticas deTarsila do Amaral, iniciativa essa que foi suspensa por determinação judicial, após a apresentação de medida judicial urgente de herdeiros de Tarsila do Amaral.

Os herdeiros e sucessores de Tarsila do Amaral, que esta subscrevem, não compactuam com esse desrespeito às obras autênticas da artista e informam que adotarão as medidas cabíveis que a gravidade do caso exige.

Nota pública da Tarsila S/A

Tendo como objetivo divulgar apenas informações técnicas e no sentido de não criar qualquer alarme, a TARSILA S/A (TALE) vem esclarecer que, ao contrário do que afirma a carta aberta divulgada em 21/08/24 por um terço dos herdeiros da pintora Tarsila do Amaral - que totalizam 57 pessoas naturais -, a certificação de autenticidade da obra “Paisagem 1925″, em nenhum momento comprometeu o legado da artista. Pelo contrário, ampliou e enriqueceu sua coleção com a inclusão de mais um quadro, com reflexos importantes para o patrimônio cultural brasileiro, definidor das características da artista.

A Tarsila do Amaral Licenciamento e Empreendimentos S/A (ou simplesmente Tarsila S/A) é uma empresa legalmente existente, tendo sido constituída em 12 de abril de 2001 e que, desde então, sempre representou os interesses dos herdeiros da artista. Aliás, uma de suas principais missões é a preservação do legado artístico de Tarsila do Amaral, evitando a exploração indevida de suas obras.

É incontestável que a Tarsila S/A tem justo direito de certificar a autenticidade das obras da pintora Tarsila do Amaral; assim como promover uma nova catalogação de suas obras; enquanto a carta recém-divulgada de alguns herdeiros apenas expressa o descontentamento com a modernização em curso na empresa e semeia o descrédito sobre esse valioso patrimônio cultural.

A carta faz menção a um “Colegiado do Catálogo Raisonné”, que foi dissolvido pela atual diretoria em 11 de abril de 2024, conforme notificação encaminhada às antigas integrantes do grupo: Aracy Abreu Amaral, Regina Teixeira de Ramos e Tarsila do Amaral (Tarsilinha). A proposta atual envolve um projeto de modernização do legado de Tarsila do Amaral, que expresse de forma mais ampla e democrática seu gênio artístico.

A Certificação de autenticidade da obra “Paisagem 1925″ nada tem da informalidade empregada nos processos do passado. Foi atestada pelo perito Douglas Quintale, da Tarsila S/A, que também atua junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo. O processo é técnico-científico e contou com apoio de equipamentos de última geração da Universidade de São Paulo e do Laboratório Móvel de Análise de Obras de Arte do Instituto Federal do Rio de Janeiro da Universidade Federal Fluminense. Promoveu exames físico-químicos, radiografia, espectrografia, escaneamento e perspectivas estéticas e jurídicas, para chegar a um laudo que consegue aferir a autenticidade da tela “Paisagem 1925″. Portanto, não falta ao perito expertise, preparo e autoridade para levar à frente tal empreitada.

A carta, em questão, está eivada de desinformações, dando a entender que não podem ser inseridas no catálogo raisonné novas obras de Tarsila do Amaral que vierem a público. Essa afirmativa desconhece a efetiva função de um catálogo raisonné, que é de promover o inventário mais completo possível da obra de um mesmo artista, trazendo sua história, dados da criação, técnicas utilizadas, propriedade etc. Esse é um dos compromissos da nova gestão da Tarsila S/A, em respeito ao legado artístico e cultural de Tarsila do Amaral, tomando para si o trabalho de documentar, autenticar e divulgar as obras da maior pintora brasileira.

'Paisagem 1925': perícia confirma que obra é de Tarsila do Amaral Foto: Divulgação / Felipe Berndt

Uma nova tela atribuída à Tarsila do Amaral (1886-1973), que teve a autoria questionada no mercado da arte, teve autenticidade confirmada por perícia técnica nesta segunda, 19. A obra foi batizada como Paisagem 1925.

A confirmação foi dada pela OMA Galeria e pela Tarsila S.A, gerenciado por parte da família da artista, que contratou a perícia para investigar a obra descoberta.

Em abril, a tela foi levada pela galeria OMA à feira SP-Arte com autoria atribuída à Tarsila. Galeristas chegaram a afirmar que não acreditavam ser uma obra autêntica da pintora. “Não preciso vê-la de perto para ter certeza disso”, disse o diretor-presidente da Bolsa de Arte, Jones Bergamin, à época ao jornal O Globo. Ele foi responsável pela venda de A Caipirinha - até então, obra brasileira mais cara da história.

Douglas Quintale, chamado pela família de Tarsila para conduzir o processo de avaliação e certificação da tela, afirmou, de acordo com informações divulgadas para a imprensa: “Atualmente, é impossível, por mais que uma pessoa conheça obras de arte ou a produção de um artista, dizer se uma obra é falsa ou verdadeira apenas pelo aspecto plástico ou exame visual. São disciplinas e ciências afins que vão comprovar e corroborar premissas para uma conclusão objetiva.”

Quando foi levada à OMA, a tela seria vendida por R$16 milhões. Agora, o valor de mercado saltou para R$60 milhões, tornando essa a obra mais valiosa de Tarsila.

Paisagem 1925

A tela foi atribuída à fase Pau-Brasil da artista, posterior ao impacto da Semana de Arte Moderna, e retrata a paisagem típica do interior do País com influência do Cubismo.

Segundo o atual proprietário da obra, o brasileiro-libanês Moisés Mikhael Abou Jnaid, o quadro estava no Líbano desde 1976. Foi um presente do pai de Moisés, Mikael Mehlem Abouij Naid, para sua futura mulher, Beatriz Maluf, em 1960, em Pirajú, no interior de São Paulo. A obra ficou no Brasil até 1976, quando a família resolveu voltar à Zahle, no Líbano.

Os dois lados

Em nota enviada à imprensa nesta quarta, 21, parte dos herdeiros de Tarsila do Amaral, que representam a maioria dos sucessores, afirmam que a obra não passou por avaliação do colegiado do Catálogo Raisonné da artista, responsável por catalogar as obras, portanto, a autenticidade da tela não foi reconhecida.

“Manifestamos completo e total repúdio às afirmações lançadas por pessoas que não estão autorizadas pela maioria da família para alterar e certificar a autenticidade de obras da renomada artista plástica”, diz o texto.

Depois de divulgada esta carta, a Tarsila do Amaral Licenciamento e Empreendimentos S/A também se manifestou, no dia 22.

Leia as duas cartas abertas abaixo.

Carta aberta de herdeiros de Tarsila do Amaral

No último dia 19 de agosto, mais de 50% dos sucessores da renomada artista plástica Tarsila do Amaral foram surpreendidos por uma matéria veiculada no Jornal Nacional, afirmando que a família da artista Tarsila do Amaral teria confirmado a autenticidade de uma tela depois de quase 100 anos.

Diante da gravidade de tal situação e do risco à credibilidade das obras de Tarsila do Amaral, seus herdeiros e sucessores, que esta subscrevem, manifestam seu completo e total repúdio às afirmações lançadas por pessoas que não estão autorizadas pela maioria da família para alterar e certificar a autenticidade de obras da renomada artista plástica.

Durante quase quatro anos, foi elaborado o Catálogo Raisonné das obras de Tarsila do Amaral, sob a coordenação de um colegiado de especialistas, reconhecidos nacional e internacionalmente. Nesse catálogo foram enumeradas e avaliadas as obras de Tarsila do Amaral, servindo de verdadeiro guia para museus, casas de leilão, colecionadores, historiadores, etc.

A obra referida na matéria jornalística não foi submetida ao colegiado do Catálogo Raisonné, portanto, sua autenticidade não foi legitimamente reconhecida. Tal obra foi vista, ao que indicam, por poucas pessoas, apareceu numa feira de arte em abril desse ano e, de acordo com o galerista Thomaz Pacheco, o dono seria Mikael Abouij Naid que teria adquirido diretamente de Tarsila em 1951. Os herdeiros mais próximos de Tarsila do Amaral nunca ouviram falar dessa obra, sendo inverossímil que ela tenha permanecido oculta por tanto tempo.

É importante ressaltar que um pequeno grupo de pessoas, dentre elas herdeiras de Tarsila do Amaral, não possuem legitimidade para afirmar a autenticidade de obras de Tarsila do Amaral, sem submetê-la ao colegiado que elaborou o Catálogo Raisonné. Nem mesmo a empresa TALE (Tarsila do AmaralLicenciamento e Empreendimentos S.A.) possui qualquer autorização para promover tal ato.

Os argumentos apresentados na matéria pela Sra. Paola Montenegro, para certificar a obra como autêntica, são inadmissíveis, por afirmação de que “basta um técnico de laboratório dizer que a tinta e a tela são compatíveis com a época”. Essa declaração revela total despreparo dessa pessoa e falta de capacidade técnica para apresentar, em rede nacional, uma conclusão dessa, sem qualquer discussão prévia com os demais herdeiros de Tarsila do Amaral, colocando em risco todo acervo da artista.Após anos de divulgação e discussão com as maiores autoridades do Brasil e de outros países, a artistaTarsila do Amaral passou a ser reconhecida internacionalmente e suas obras, cuja autenticidade é demonstrada no Catálogo Raisonné, são objeto de grande admiração e valorização.

Essa tentativa irresponsável de divulgar uma obra de Tarsila, não indicada no Catálogo, põe em risco a credibilidade conquistada durante anos de árduo trabalho, podendo sujeitar pessoas de boa-fé a adquirirem obras não autênticas. Essa atitude vem se repetindo no curso dos últimos meses, tendo havido a inacreditável tentativa de venda de NFTs (non-fungible token) de obras não autênticas deTarsila do Amaral, iniciativa essa que foi suspensa por determinação judicial, após a apresentação de medida judicial urgente de herdeiros de Tarsila do Amaral.

Os herdeiros e sucessores de Tarsila do Amaral, que esta subscrevem, não compactuam com esse desrespeito às obras autênticas da artista e informam que adotarão as medidas cabíveis que a gravidade do caso exige.

Nota pública da Tarsila S/A

Tendo como objetivo divulgar apenas informações técnicas e no sentido de não criar qualquer alarme, a TARSILA S/A (TALE) vem esclarecer que, ao contrário do que afirma a carta aberta divulgada em 21/08/24 por um terço dos herdeiros da pintora Tarsila do Amaral - que totalizam 57 pessoas naturais -, a certificação de autenticidade da obra “Paisagem 1925″, em nenhum momento comprometeu o legado da artista. Pelo contrário, ampliou e enriqueceu sua coleção com a inclusão de mais um quadro, com reflexos importantes para o patrimônio cultural brasileiro, definidor das características da artista.

A Tarsila do Amaral Licenciamento e Empreendimentos S/A (ou simplesmente Tarsila S/A) é uma empresa legalmente existente, tendo sido constituída em 12 de abril de 2001 e que, desde então, sempre representou os interesses dos herdeiros da artista. Aliás, uma de suas principais missões é a preservação do legado artístico de Tarsila do Amaral, evitando a exploração indevida de suas obras.

É incontestável que a Tarsila S/A tem justo direito de certificar a autenticidade das obras da pintora Tarsila do Amaral; assim como promover uma nova catalogação de suas obras; enquanto a carta recém-divulgada de alguns herdeiros apenas expressa o descontentamento com a modernização em curso na empresa e semeia o descrédito sobre esse valioso patrimônio cultural.

A carta faz menção a um “Colegiado do Catálogo Raisonné”, que foi dissolvido pela atual diretoria em 11 de abril de 2024, conforme notificação encaminhada às antigas integrantes do grupo: Aracy Abreu Amaral, Regina Teixeira de Ramos e Tarsila do Amaral (Tarsilinha). A proposta atual envolve um projeto de modernização do legado de Tarsila do Amaral, que expresse de forma mais ampla e democrática seu gênio artístico.

A Certificação de autenticidade da obra “Paisagem 1925″ nada tem da informalidade empregada nos processos do passado. Foi atestada pelo perito Douglas Quintale, da Tarsila S/A, que também atua junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo. O processo é técnico-científico e contou com apoio de equipamentos de última geração da Universidade de São Paulo e do Laboratório Móvel de Análise de Obras de Arte do Instituto Federal do Rio de Janeiro da Universidade Federal Fluminense. Promoveu exames físico-químicos, radiografia, espectrografia, escaneamento e perspectivas estéticas e jurídicas, para chegar a um laudo que consegue aferir a autenticidade da tela “Paisagem 1925″. Portanto, não falta ao perito expertise, preparo e autoridade para levar à frente tal empreitada.

A carta, em questão, está eivada de desinformações, dando a entender que não podem ser inseridas no catálogo raisonné novas obras de Tarsila do Amaral que vierem a público. Essa afirmativa desconhece a efetiva função de um catálogo raisonné, que é de promover o inventário mais completo possível da obra de um mesmo artista, trazendo sua história, dados da criação, técnicas utilizadas, propriedade etc. Esse é um dos compromissos da nova gestão da Tarsila S/A, em respeito ao legado artístico e cultural de Tarsila do Amaral, tomando para si o trabalho de documentar, autenticar e divulgar as obras da maior pintora brasileira.

'Paisagem 1925': perícia confirma que obra é de Tarsila do Amaral Foto: Divulgação / Felipe Berndt

Uma nova tela atribuída à Tarsila do Amaral (1886-1973), que teve a autoria questionada no mercado da arte, teve autenticidade confirmada por perícia técnica nesta segunda, 19. A obra foi batizada como Paisagem 1925.

A confirmação foi dada pela OMA Galeria e pela Tarsila S.A, gerenciado por parte da família da artista, que contratou a perícia para investigar a obra descoberta.

Em abril, a tela foi levada pela galeria OMA à feira SP-Arte com autoria atribuída à Tarsila. Galeristas chegaram a afirmar que não acreditavam ser uma obra autêntica da pintora. “Não preciso vê-la de perto para ter certeza disso”, disse o diretor-presidente da Bolsa de Arte, Jones Bergamin, à época ao jornal O Globo. Ele foi responsável pela venda de A Caipirinha - até então, obra brasileira mais cara da história.

Douglas Quintale, chamado pela família de Tarsila para conduzir o processo de avaliação e certificação da tela, afirmou, de acordo com informações divulgadas para a imprensa: “Atualmente, é impossível, por mais que uma pessoa conheça obras de arte ou a produção de um artista, dizer se uma obra é falsa ou verdadeira apenas pelo aspecto plástico ou exame visual. São disciplinas e ciências afins que vão comprovar e corroborar premissas para uma conclusão objetiva.”

Quando foi levada à OMA, a tela seria vendida por R$16 milhões. Agora, o valor de mercado saltou para R$60 milhões, tornando essa a obra mais valiosa de Tarsila.

Paisagem 1925

A tela foi atribuída à fase Pau-Brasil da artista, posterior ao impacto da Semana de Arte Moderna, e retrata a paisagem típica do interior do País com influência do Cubismo.

Segundo o atual proprietário da obra, o brasileiro-libanês Moisés Mikhael Abou Jnaid, o quadro estava no Líbano desde 1976. Foi um presente do pai de Moisés, Mikael Mehlem Abouij Naid, para sua futura mulher, Beatriz Maluf, em 1960, em Pirajú, no interior de São Paulo. A obra ficou no Brasil até 1976, quando a família resolveu voltar à Zahle, no Líbano.

Os dois lados

Em nota enviada à imprensa nesta quarta, 21, parte dos herdeiros de Tarsila do Amaral, que representam a maioria dos sucessores, afirmam que a obra não passou por avaliação do colegiado do Catálogo Raisonné da artista, responsável por catalogar as obras, portanto, a autenticidade da tela não foi reconhecida.

“Manifestamos completo e total repúdio às afirmações lançadas por pessoas que não estão autorizadas pela maioria da família para alterar e certificar a autenticidade de obras da renomada artista plástica”, diz o texto.

Depois de divulgada esta carta, a Tarsila do Amaral Licenciamento e Empreendimentos S/A também se manifestou, no dia 22.

Leia as duas cartas abertas abaixo.

Carta aberta de herdeiros de Tarsila do Amaral

No último dia 19 de agosto, mais de 50% dos sucessores da renomada artista plástica Tarsila do Amaral foram surpreendidos por uma matéria veiculada no Jornal Nacional, afirmando que a família da artista Tarsila do Amaral teria confirmado a autenticidade de uma tela depois de quase 100 anos.

Diante da gravidade de tal situação e do risco à credibilidade das obras de Tarsila do Amaral, seus herdeiros e sucessores, que esta subscrevem, manifestam seu completo e total repúdio às afirmações lançadas por pessoas que não estão autorizadas pela maioria da família para alterar e certificar a autenticidade de obras da renomada artista plástica.

Durante quase quatro anos, foi elaborado o Catálogo Raisonné das obras de Tarsila do Amaral, sob a coordenação de um colegiado de especialistas, reconhecidos nacional e internacionalmente. Nesse catálogo foram enumeradas e avaliadas as obras de Tarsila do Amaral, servindo de verdadeiro guia para museus, casas de leilão, colecionadores, historiadores, etc.

A obra referida na matéria jornalística não foi submetida ao colegiado do Catálogo Raisonné, portanto, sua autenticidade não foi legitimamente reconhecida. Tal obra foi vista, ao que indicam, por poucas pessoas, apareceu numa feira de arte em abril desse ano e, de acordo com o galerista Thomaz Pacheco, o dono seria Mikael Abouij Naid que teria adquirido diretamente de Tarsila em 1951. Os herdeiros mais próximos de Tarsila do Amaral nunca ouviram falar dessa obra, sendo inverossímil que ela tenha permanecido oculta por tanto tempo.

É importante ressaltar que um pequeno grupo de pessoas, dentre elas herdeiras de Tarsila do Amaral, não possuem legitimidade para afirmar a autenticidade de obras de Tarsila do Amaral, sem submetê-la ao colegiado que elaborou o Catálogo Raisonné. Nem mesmo a empresa TALE (Tarsila do AmaralLicenciamento e Empreendimentos S.A.) possui qualquer autorização para promover tal ato.

Os argumentos apresentados na matéria pela Sra. Paola Montenegro, para certificar a obra como autêntica, são inadmissíveis, por afirmação de que “basta um técnico de laboratório dizer que a tinta e a tela são compatíveis com a época”. Essa declaração revela total despreparo dessa pessoa e falta de capacidade técnica para apresentar, em rede nacional, uma conclusão dessa, sem qualquer discussão prévia com os demais herdeiros de Tarsila do Amaral, colocando em risco todo acervo da artista.Após anos de divulgação e discussão com as maiores autoridades do Brasil e de outros países, a artistaTarsila do Amaral passou a ser reconhecida internacionalmente e suas obras, cuja autenticidade é demonstrada no Catálogo Raisonné, são objeto de grande admiração e valorização.

Essa tentativa irresponsável de divulgar uma obra de Tarsila, não indicada no Catálogo, põe em risco a credibilidade conquistada durante anos de árduo trabalho, podendo sujeitar pessoas de boa-fé a adquirirem obras não autênticas. Essa atitude vem se repetindo no curso dos últimos meses, tendo havido a inacreditável tentativa de venda de NFTs (non-fungible token) de obras não autênticas deTarsila do Amaral, iniciativa essa que foi suspensa por determinação judicial, após a apresentação de medida judicial urgente de herdeiros de Tarsila do Amaral.

Os herdeiros e sucessores de Tarsila do Amaral, que esta subscrevem, não compactuam com esse desrespeito às obras autênticas da artista e informam que adotarão as medidas cabíveis que a gravidade do caso exige.

Nota pública da Tarsila S/A

Tendo como objetivo divulgar apenas informações técnicas e no sentido de não criar qualquer alarme, a TARSILA S/A (TALE) vem esclarecer que, ao contrário do que afirma a carta aberta divulgada em 21/08/24 por um terço dos herdeiros da pintora Tarsila do Amaral - que totalizam 57 pessoas naturais -, a certificação de autenticidade da obra “Paisagem 1925″, em nenhum momento comprometeu o legado da artista. Pelo contrário, ampliou e enriqueceu sua coleção com a inclusão de mais um quadro, com reflexos importantes para o patrimônio cultural brasileiro, definidor das características da artista.

A Tarsila do Amaral Licenciamento e Empreendimentos S/A (ou simplesmente Tarsila S/A) é uma empresa legalmente existente, tendo sido constituída em 12 de abril de 2001 e que, desde então, sempre representou os interesses dos herdeiros da artista. Aliás, uma de suas principais missões é a preservação do legado artístico de Tarsila do Amaral, evitando a exploração indevida de suas obras.

É incontestável que a Tarsila S/A tem justo direito de certificar a autenticidade das obras da pintora Tarsila do Amaral; assim como promover uma nova catalogação de suas obras; enquanto a carta recém-divulgada de alguns herdeiros apenas expressa o descontentamento com a modernização em curso na empresa e semeia o descrédito sobre esse valioso patrimônio cultural.

A carta faz menção a um “Colegiado do Catálogo Raisonné”, que foi dissolvido pela atual diretoria em 11 de abril de 2024, conforme notificação encaminhada às antigas integrantes do grupo: Aracy Abreu Amaral, Regina Teixeira de Ramos e Tarsila do Amaral (Tarsilinha). A proposta atual envolve um projeto de modernização do legado de Tarsila do Amaral, que expresse de forma mais ampla e democrática seu gênio artístico.

A Certificação de autenticidade da obra “Paisagem 1925″ nada tem da informalidade empregada nos processos do passado. Foi atestada pelo perito Douglas Quintale, da Tarsila S/A, que também atua junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo. O processo é técnico-científico e contou com apoio de equipamentos de última geração da Universidade de São Paulo e do Laboratório Móvel de Análise de Obras de Arte do Instituto Federal do Rio de Janeiro da Universidade Federal Fluminense. Promoveu exames físico-químicos, radiografia, espectrografia, escaneamento e perspectivas estéticas e jurídicas, para chegar a um laudo que consegue aferir a autenticidade da tela “Paisagem 1925″. Portanto, não falta ao perito expertise, preparo e autoridade para levar à frente tal empreitada.

A carta, em questão, está eivada de desinformações, dando a entender que não podem ser inseridas no catálogo raisonné novas obras de Tarsila do Amaral que vierem a público. Essa afirmativa desconhece a efetiva função de um catálogo raisonné, que é de promover o inventário mais completo possível da obra de um mesmo artista, trazendo sua história, dados da criação, técnicas utilizadas, propriedade etc. Esse é um dos compromissos da nova gestão da Tarsila S/A, em respeito ao legado artístico e cultural de Tarsila do Amaral, tomando para si o trabalho de documentar, autenticar e divulgar as obras da maior pintora brasileira.

'Paisagem 1925': perícia confirma que obra é de Tarsila do Amaral Foto: Divulgação / Felipe Berndt

Uma nova tela atribuída à Tarsila do Amaral (1886-1973), que teve a autoria questionada no mercado da arte, teve autenticidade confirmada por perícia técnica nesta segunda, 19. A obra foi batizada como Paisagem 1925.

A confirmação foi dada pela OMA Galeria e pela Tarsila S.A, gerenciado por parte da família da artista, que contratou a perícia para investigar a obra descoberta.

Em abril, a tela foi levada pela galeria OMA à feira SP-Arte com autoria atribuída à Tarsila. Galeristas chegaram a afirmar que não acreditavam ser uma obra autêntica da pintora. “Não preciso vê-la de perto para ter certeza disso”, disse o diretor-presidente da Bolsa de Arte, Jones Bergamin, à época ao jornal O Globo. Ele foi responsável pela venda de A Caipirinha - até então, obra brasileira mais cara da história.

Douglas Quintale, chamado pela família de Tarsila para conduzir o processo de avaliação e certificação da tela, afirmou, de acordo com informações divulgadas para a imprensa: “Atualmente, é impossível, por mais que uma pessoa conheça obras de arte ou a produção de um artista, dizer se uma obra é falsa ou verdadeira apenas pelo aspecto plástico ou exame visual. São disciplinas e ciências afins que vão comprovar e corroborar premissas para uma conclusão objetiva.”

Quando foi levada à OMA, a tela seria vendida por R$16 milhões. Agora, o valor de mercado saltou para R$60 milhões, tornando essa a obra mais valiosa de Tarsila.

Paisagem 1925

A tela foi atribuída à fase Pau-Brasil da artista, posterior ao impacto da Semana de Arte Moderna, e retrata a paisagem típica do interior do País com influência do Cubismo.

Segundo o atual proprietário da obra, o brasileiro-libanês Moisés Mikhael Abou Jnaid, o quadro estava no Líbano desde 1976. Foi um presente do pai de Moisés, Mikael Mehlem Abouij Naid, para sua futura mulher, Beatriz Maluf, em 1960, em Pirajú, no interior de São Paulo. A obra ficou no Brasil até 1976, quando a família resolveu voltar à Zahle, no Líbano.

Os dois lados

Em nota enviada à imprensa nesta quarta, 21, parte dos herdeiros de Tarsila do Amaral, que representam a maioria dos sucessores, afirmam que a obra não passou por avaliação do colegiado do Catálogo Raisonné da artista, responsável por catalogar as obras, portanto, a autenticidade da tela não foi reconhecida.

“Manifestamos completo e total repúdio às afirmações lançadas por pessoas que não estão autorizadas pela maioria da família para alterar e certificar a autenticidade de obras da renomada artista plástica”, diz o texto.

Depois de divulgada esta carta, a Tarsila do Amaral Licenciamento e Empreendimentos S/A também se manifestou, no dia 22.

Leia as duas cartas abertas abaixo.

Carta aberta de herdeiros de Tarsila do Amaral

No último dia 19 de agosto, mais de 50% dos sucessores da renomada artista plástica Tarsila do Amaral foram surpreendidos por uma matéria veiculada no Jornal Nacional, afirmando que a família da artista Tarsila do Amaral teria confirmado a autenticidade de uma tela depois de quase 100 anos.

Diante da gravidade de tal situação e do risco à credibilidade das obras de Tarsila do Amaral, seus herdeiros e sucessores, que esta subscrevem, manifestam seu completo e total repúdio às afirmações lançadas por pessoas que não estão autorizadas pela maioria da família para alterar e certificar a autenticidade de obras da renomada artista plástica.

Durante quase quatro anos, foi elaborado o Catálogo Raisonné das obras de Tarsila do Amaral, sob a coordenação de um colegiado de especialistas, reconhecidos nacional e internacionalmente. Nesse catálogo foram enumeradas e avaliadas as obras de Tarsila do Amaral, servindo de verdadeiro guia para museus, casas de leilão, colecionadores, historiadores, etc.

A obra referida na matéria jornalística não foi submetida ao colegiado do Catálogo Raisonné, portanto, sua autenticidade não foi legitimamente reconhecida. Tal obra foi vista, ao que indicam, por poucas pessoas, apareceu numa feira de arte em abril desse ano e, de acordo com o galerista Thomaz Pacheco, o dono seria Mikael Abouij Naid que teria adquirido diretamente de Tarsila em 1951. Os herdeiros mais próximos de Tarsila do Amaral nunca ouviram falar dessa obra, sendo inverossímil que ela tenha permanecido oculta por tanto tempo.

É importante ressaltar que um pequeno grupo de pessoas, dentre elas herdeiras de Tarsila do Amaral, não possuem legitimidade para afirmar a autenticidade de obras de Tarsila do Amaral, sem submetê-la ao colegiado que elaborou o Catálogo Raisonné. Nem mesmo a empresa TALE (Tarsila do AmaralLicenciamento e Empreendimentos S.A.) possui qualquer autorização para promover tal ato.

Os argumentos apresentados na matéria pela Sra. Paola Montenegro, para certificar a obra como autêntica, são inadmissíveis, por afirmação de que “basta um técnico de laboratório dizer que a tinta e a tela são compatíveis com a época”. Essa declaração revela total despreparo dessa pessoa e falta de capacidade técnica para apresentar, em rede nacional, uma conclusão dessa, sem qualquer discussão prévia com os demais herdeiros de Tarsila do Amaral, colocando em risco todo acervo da artista.Após anos de divulgação e discussão com as maiores autoridades do Brasil e de outros países, a artistaTarsila do Amaral passou a ser reconhecida internacionalmente e suas obras, cuja autenticidade é demonstrada no Catálogo Raisonné, são objeto de grande admiração e valorização.

Essa tentativa irresponsável de divulgar uma obra de Tarsila, não indicada no Catálogo, põe em risco a credibilidade conquistada durante anos de árduo trabalho, podendo sujeitar pessoas de boa-fé a adquirirem obras não autênticas. Essa atitude vem se repetindo no curso dos últimos meses, tendo havido a inacreditável tentativa de venda de NFTs (non-fungible token) de obras não autênticas deTarsila do Amaral, iniciativa essa que foi suspensa por determinação judicial, após a apresentação de medida judicial urgente de herdeiros de Tarsila do Amaral.

Os herdeiros e sucessores de Tarsila do Amaral, que esta subscrevem, não compactuam com esse desrespeito às obras autênticas da artista e informam que adotarão as medidas cabíveis que a gravidade do caso exige.

Nota pública da Tarsila S/A

Tendo como objetivo divulgar apenas informações técnicas e no sentido de não criar qualquer alarme, a TARSILA S/A (TALE) vem esclarecer que, ao contrário do que afirma a carta aberta divulgada em 21/08/24 por um terço dos herdeiros da pintora Tarsila do Amaral - que totalizam 57 pessoas naturais -, a certificação de autenticidade da obra “Paisagem 1925″, em nenhum momento comprometeu o legado da artista. Pelo contrário, ampliou e enriqueceu sua coleção com a inclusão de mais um quadro, com reflexos importantes para o patrimônio cultural brasileiro, definidor das características da artista.

A Tarsila do Amaral Licenciamento e Empreendimentos S/A (ou simplesmente Tarsila S/A) é uma empresa legalmente existente, tendo sido constituída em 12 de abril de 2001 e que, desde então, sempre representou os interesses dos herdeiros da artista. Aliás, uma de suas principais missões é a preservação do legado artístico de Tarsila do Amaral, evitando a exploração indevida de suas obras.

É incontestável que a Tarsila S/A tem justo direito de certificar a autenticidade das obras da pintora Tarsila do Amaral; assim como promover uma nova catalogação de suas obras; enquanto a carta recém-divulgada de alguns herdeiros apenas expressa o descontentamento com a modernização em curso na empresa e semeia o descrédito sobre esse valioso patrimônio cultural.

A carta faz menção a um “Colegiado do Catálogo Raisonné”, que foi dissolvido pela atual diretoria em 11 de abril de 2024, conforme notificação encaminhada às antigas integrantes do grupo: Aracy Abreu Amaral, Regina Teixeira de Ramos e Tarsila do Amaral (Tarsilinha). A proposta atual envolve um projeto de modernização do legado de Tarsila do Amaral, que expresse de forma mais ampla e democrática seu gênio artístico.

A Certificação de autenticidade da obra “Paisagem 1925″ nada tem da informalidade empregada nos processos do passado. Foi atestada pelo perito Douglas Quintale, da Tarsila S/A, que também atua junto ao Tribunal de Justiça de São Paulo. O processo é técnico-científico e contou com apoio de equipamentos de última geração da Universidade de São Paulo e do Laboratório Móvel de Análise de Obras de Arte do Instituto Federal do Rio de Janeiro da Universidade Federal Fluminense. Promoveu exames físico-químicos, radiografia, espectrografia, escaneamento e perspectivas estéticas e jurídicas, para chegar a um laudo que consegue aferir a autenticidade da tela “Paisagem 1925″. Portanto, não falta ao perito expertise, preparo e autoridade para levar à frente tal empreitada.

A carta, em questão, está eivada de desinformações, dando a entender que não podem ser inseridas no catálogo raisonné novas obras de Tarsila do Amaral que vierem a público. Essa afirmativa desconhece a efetiva função de um catálogo raisonné, que é de promover o inventário mais completo possível da obra de um mesmo artista, trazendo sua história, dados da criação, técnicas utilizadas, propriedade etc. Esse é um dos compromissos da nova gestão da Tarsila S/A, em respeito ao legado artístico e cultural de Tarsila do Amaral, tomando para si o trabalho de documentar, autenticar e divulgar as obras da maior pintora brasileira.

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