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28ª SPFW: uma edição ''jeans e camiseta''

Evento custou R$ 2 milhões a menos que a temporada passada

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Por Valéria França
Atualização:

A 28ª São Paulo Fashion Week, que acabou ontem, foi menos luxuosa do que a edição anterior, que marcou o ano da França no Brasil em junho de 2009. Neste ano, o evento que acontece no prédio da Bienal, no Parque Ibirapuera (zona sul), custou R$ 8 milhões. Está na média das outras edições, mas é R$ 2 milhões a menos do que foi gasto na temporada passada.O corte na verba foi perceptível. "Nem todas as edições serão grandiosas como a última", diz Paulo Borges, coordenador da SPFW e presidente da Luminosidade, empresa que também organiza o Fashion Rio e é associada ao grupo InBrands (dono das marcas Ellus, 2nd Floor, Herchcovitch; Alexandre e Isabela Capeto). Correu pelos corredores da Bienal o boato de que esta edição estaria mais enxuta porque parte da verba teria migrado para o Fashion Rio. Borges nega. "São eventos independentes."O que mudou nesta edição: não houve palestras ou workshops; não vieram convidados especiais (há duas temporadas, o estilista japonês Kenzo circulou pelo evento; na edição passada, a mineira Bethy Lagardère foi homenageada com o documentário Bonjour Madame); e mudaram os patrocinadores - saíram Havaianas e Natura para dar lugar a Ipanema e Coca-Cola. "Janeiro é um mês mais esvaziado. Muitos viajam. É difícil encontrar palestrantes disponíveis, por exemplo", diz ele.O número de compradores - pessoas que veem os desfiles mais para fazer negócios do que para serem vistas - continuou na média. Eram cerca de 200; desses, 18 vieram de outros países. É pouco se comparado às mais de 15 mil pessoas que circulam pelo evento a cada dia. A viagem dos compradores internacionais é financiada pela Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e pela Associação Brasileira de Estilistas (Abest). Quanto à próxima edição, Borges é otimista. "A previsão é de crescimento de 25%". Cada temporada de moda faz girar cerca de R$ 1,8 bilhão. AMBIENTEOutro tema de conversa de corredor foi a decoração. Se no ano passado o tecido vermelho e um enorme lustre remetiam à Paris do século 18, neste ano a Bienal estava mais para jeans e camiseta. As paredes foram cobertas por palavras e pictogramas. O décor clean criou um clima quase árido. Pelo pavilhão, foram espalhadas 75 telas de computador - 25 ficavam no vão da rampa do prédio desenhado por Oscar Niemeyer. Eles formavam uma exposição interativa: o público digitava palavras que acionavam uma seleção randômica de imagens, que então apareciam nas telas.

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