Acusado de fraudar CNHs destruiu provas, indica escuta

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Por AE
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O empresário José Antônio Gregório da Silva, apontado pelo Ministério Público Estadual (MPE) como um dos chefes da máfia das carteiras de habilitação (CNHs), ordenou a destruição de informações que supostamente o incriminavam. Escutas telefônicas feitas com autorização da Justiça mostram que, minutos depois de ser informado sobre a Operação Carta Branca, no começo de junho, Silva pediu a um homem identificado como Teixeirinha para ir até seu escritório e "limpar tudo". O empresário e outros 16 acusados de participação no esquema de venda e falsificação de CNHs foram soltos por decisão do ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), após passarem 43 dias na prisão. A primeira chamada de Silva para Teixeirinha ocorreu no dia 3 de junho, data em que promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Guarulhos e homens da Polícia Rodoviária Federal desencadearam a operação. "Seguinte, presta atenção! Tem polícia em casa, tá", adverte o empresário, acusado de ser o responsável pelo derrame de CNHs fraudadas em diversos Estados. "Tem um mandado de busca lá na minha casa, tá, tem de avisar as meninas pra não ir pro escritório e nós precisávamos dar um jeito de limpar aquilo lá cara, não sei como é que eu vou fazer." Apesar do nervosismo, é Silva quem encontra uma solução para o problema. Ele telefona para uma mulher identificada como Carol, possivelmente uma secretária, e diz que é preciso "limpar lá". Pouco mais de uma hora depois do primeiro telefonema, o empresário recebe uma ligação de Teixeirinha. "Deu (certo), nós estamos aqui dentro (do escritório)." As últimas orientações de Silva são: "Então vai, arrepia cara, arrepia! Leva com fio, leva com tudo! Mas corre, corre!" Ao que tudo indica, o empresário teve sucesso ao tentar eliminar provas. Durante a varredura feita em seu escritório, promotores e policiais não conseguiram apreender nenhum computador. As pessoas citadas nas conversas - Teixeirinha e Carol - ainda não haviam sido identificadas e, segundo os promotores, a tarefa será mais difícil a partir de agora. "Essa investigação está fadada ao insucesso", lamentou o promotor Marcelo Oliveira, do Gaeco de Guarulhos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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