O advogado Humberto da Silva Monteiro, de 54 anos, que atendia o prefeito de Itu, Herculano Júnior (PV), morreu no final da noite de quinta-feira, depois de ser atingido por um tiro na cabeça, num cruzamento da cidade. A Polícia Civil investiga a hipótese de execução. O advogado tinha saído da prefeitura no assento do passageiro da Blazer do jornalista Josué Soares Dantas Filho, que estava ao volante. O veículo parou no sinal vermelho de um semáforo da avenida Capitão Fleming, região central da cidade, quando foi abordado. Um veículo, provavelmente uma moto, emparelhou com a Blazer do lado do passageiro e foram feitos quatro disparos. Dois tiros acertaram as portas dianteira e traseira, uma bala alojou-se no banco e outra atingiu o advogado. Monteiro passou por cirurgia e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sanatorinhos, mas não resistiu. Dantas Filho disse que não viu o autor do crime, pois, quando ocorreram os disparos, estava olhando na direção oposta. Ele confundiu os tiros com o ruído do escapamento de algum veículo e só percebeu o que ocorrera quando falou com o advogado e este não respondeu. Como não houve tentativa de assalto, a polícia descartou a hipótese de latrocínio. Monteiro atuava em vários processos que envolvem o prefeito, mas Herculano Júnior disse que nenhum caso justificaria o crime. O deputado federal Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP), cunhado do prefeito, disse que se trata de uma execução. "O que ocorreu é crime de pistolagem, mas é cedo para dizer se o alvo era político." Ele pediu à Secretaria da Segurança Pública empenho na apuração e proteção para o jornalista, principal testemunha do crime. O delegado Nicolau Santarém, que cuida do caso, disse que a polícia já segue algumas pistas, mas não deu detalhes alegando evitar prejuízo para as investigações. O corpo de Monteiro foi velado e sepultado nesta quinta-feira em Sorocaba, cidade onde morava.
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