O advogado Paulo César da Silva, de 62 anos, que na noite de quinta-feira matou o filho, Paulo Eduardo, de 28 anos, com quatro tiros, no Rio, vai responder ao crime em liberdade porque, segundo a polícia, se apresentou de forma espontânea. Ele disse à polícia que agiu em legítima defesa porque o filho pretendia matar a mãe, Ângela Olinda da Silva, de 54 anos. Segundo Silva, Eduardo era dependente químico, estava transtornado e queria vender a televisão para comprar drogas. A delegada Liliane Santos da Silva, da 37 ª Delegacia Policial (Ilha do Governador) disse que nada impede que Silva seja condenado. "Paulo César matou, assumiu e vai ser responsabilizado judicialmente." Segundo vizinhos, Eduardo era muito agressivo e vivia espancando seus pais, principalmente quando usava drogas. Seu pai contou que ele estava desempregado desde dezembro e usava entorpecentes desde os 15 anos. O crime ocorreu por volta das 18 horas de quinta-feira. Segundo a polícia, Eduardo chegara em casa drogado e tentou levar a televisão para trocar por cocaína. O pai quis impedir e começaram a discutir. A mãe de Eduardo ficou assustada com a briga e foi pedir ajuda aos vizinhos. Eduardo, então, tentou agredi-la. Paulo César pegou o revólver calibre 38, que era do filho, e atirou na direção do tórax do rapaz. Os vizinhos chamaram a polícia. Os policiais encontraram o corpo de Paulo Eduardo caído na varanda da residência. O pai, segundo testemunhas, só gritava e pedia para que o ajudassem a socorrer o filho. Ao sair da delegacia, Ângela explicou que tanto ela quanto o marido fizeram de tudo para salvar o filho. "Gastamos muito dinheiro com ele, mas não adiantou. Ele não conseguiu largar o vício.", disse. O corpo de Paulo Eduardo foi enterrado nesta sexta-feira, no Cemitério do Cacuia, na Ilha do Governador. No dia 1.º de janeiro, no mesmo bairro, o adolescente A.F.C.M., de 16 anos, amigo de Eduardo, assassinou a avó, Iara Filgueiras, depois de consumir grande quantidade de cocaína. Ele havia espancado a mãe e roubado eletrodomésticos da casa da avó antes do crime para conseguir comprar drogas. Parentes contaram que temiam pela tragédia, já que o rapaz costumava ser agressivo e roubar a família para se drogar. Ele foi preso por policiais do 17º Batalhão.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.