Air France substitui sensores de velocidade em jatos Airbus

Investigadores mantém o foco em leituras incorretas de velocidade como um dos fatores potenciais do acidente

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Por AE-AP
Atualização:

Um memorando da Air France aos seus pilotos, nesta sexta-feira, 5, sobre o acidente do voo 447, informou que a empresa aérea está substituindo os sensores de velocidade aérea de todos os seus jatos da Airbus de média e longa autonomia de voo.

 

Veja também:

 

Os investigadores mantém o foco em leituras incorretas de velocidade como um dos fatores potenciais do acidente.

 

Com o Brasil e a França discordando se peças do avião foram ou não encontradas no Atlântico, os investigadores usam as últimas mensagens enviadas pelo avião para determinar a causa e tentar evitar futuros desastres.

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A Air France não quis comentar o memorando obtido pela Associated Press, ao dizer que o documento é apenas para os pilotos.

 

Já a Airbus disse que o assunto faz parte da investigação sobre o acidente que matou 228 pessoas. O avião sumiu no meio do Oceano Atlântico quando voava do Rio de Janeiro a Paris, na noite do domingo passado, horário do Brasil. O Escritório de Investigações e Análises, que concentra as investigações francesas sobre o acidente, disse que responderá todas as questões em entrevista coletiva no sábado, 6.

 

O comunicado enviado nesta sexta-feira, 5, diz que a Air France já está substituindo os instrumentos e terminará o trabalho "nas próximas semanas". A empresa não informa quando o processo começou.

 

As caixas-pretas do avião podem estar a milhares de metros de profundidade no Atlântico e por isso os investigadores concentram os trabalhos nas últimas mensagens enviadas pelos computadores do avião, antes da aeronave desaparecer. Uma das teorias é que a sonda externa que alimenta os sensores de velocidade com informações pode ter congelado, dando informações incorretas aos computadores do avião. O piloto automático pode então ter aumentado ou reduzido muito a velocidade da aeronave no mesmo momento em que ela encontrava a turbulência provocada pelas nuvens da tempestade.

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A Airbus enviou recomendações na noite da quinta-feira às empresas aéreas que usam seus aviões, dizendo como lidar com o A330-200 em condições similares.

 

Já o comunicado enviado nesta sexta-feira, 5, pela Air France diz que uma série de ações para reduzir os riscos de perda de informação da velocidade aérea estão sendo reforçadas por "principalmente, a melhora nos sensores de velocidade aérea na frota Airbus de média e longa autonomia."

 

"Neste aspecto, um programa que substitui os sensores de velocidade aérea por novos modelos está em curso", diz o comunicado. "O processo será completado nas próximas semanas."

 

Os sensores, também chamados de tubos Pitot são tubos de metal longos 20 centímetros, de saem da fuselagem ou das asas do avião para o externo. A pressão do ar que entra pelos tubos permite que sensores façam a medição da velocidade e do ângulo do avião,bem como transmite informações menos vitais como a temperatura externa do ar.

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Um tubo Pitot bloqueado ou com funcionamento ruim pode fazer com que um sensor de velocidade aérea trabalhe incorretamente e leve o computador que controla o voo no avião a acelerar ou desacelerar a aeronave, de uma maneira potencialmente perigosa.

 

A Airbus disse que a agência francesa que investiga o acidente descobriu que o voo 447 encontrou tempo com muita turbulência e inconsistência nas leituras de velocidade, sinais que foram lidos e emitidos por vários instrumentos da cabine.

 

Isso significa que "a velocidade do avião não era clara" disse Justin Dubon, porta-voz da Airbus. As informações são da Associated Press.

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