O presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Ailton Brasiliense, avaliou como necessárias, porém pontuais e temporárias, as medidas operacionais para desafogar o trânsito em São Paulo anunciadas hoje pelo secretário municipal de Transportes, Alexandre de Moraes. "A cidade precisava, entre outras coisas, desse conjunto de soluções pontuais de curto prazo. As intervenções são corretas, mas não podem parar por aí", disse. "É preciso pensar também no estrutural, porque essas medidas morrem rápido." O especialista comparou as mudanças ao rodízio municipal. Instituída por lei em 1997, a restrição à circulação de carros no centro expandido da cidade sucumbiu ao crescimento da frota paulistana, que já chega a 6 milhões de automóveis. "No início, sentiu-se alívio, mas hoje o rodízio está completamente morto." No entanto, ele afirmou que a medida precisa ser mantida sob o risco de piorar ainda mais a situação. Para Brasiliense, há dezenas de outros pontos de gargalos no trânsito da capital paulista além dos destacados pela Prefeitura. "Eles simplesmente elegeram alguns deles e propuseram mudanças, mas garanto que há no mínimo outros 50 locais em que são necessárias intervenções", afirmou. "E a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) tem essa lista. No anúncio de hoje, ficaram faltando gargalos em pior estado", disse. O presidente da ANTP destacou a importância de as três esferas de governo - municipal, estadual e federal - investirem em infra-estrutura em São Paulo. Ele citou como prioridades para melhorar o trânsito no longo prazo a modernização da CET, a contratação de mais agentes, a expansão do metrô e a revitalização das composições da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).