Após adiamento, PT mostra confiança em apoio do PMDB a Haddad

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Por Redação
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Dirigentes e lideranças petistas mostraram confiança nesta quarta-feira no apoio do PMDB à candidatura de Fernando Haddad no segundo turno da eleição em São Paulo contra o tucano José Serra, apesar do adiamento do anúncio peemedebista, inicialmente previsto para esta quarta-feira. Após reunião para delinear a estratégia do PT no segundo turno das disputas municipais em todo o Brasil na sede do partido em São Paulo, o coordenador da campanha de Haddad, Antonio Donato, sinalizou que o anúncio do apoio do PMDB sairá. "Da nossa parte, fomos informados que eles vão nos apoiar", disse Donato aos jornalistas. A oficialização do apoio estava prevista para esta quarta, mas foi adiada pelos peemebistas, que querem apoio do PT ao seu candidato em Natal e uma participação limitada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Mauá, cidade do ABC paulista onde os candidatos dos dois partidos se enfrentarão. Fontes peemedebistas, no entanto, apontaram que a decisão de apoiar Haddad já está tomada e deve ser formalizada na quinta-feira, com a presença do vice-presidente Michel Temer, presidente licenciado do PMDB. Para o deputado federal Paulo Ferreira (PT-RS), membro do diretório nacional do PT, mostrou ter certeza que o apoio virá. "No caso de São Paulo, não tenho dúvida que o PMDB marchará com Haddad", disse. Na capital paulista, o PMDB lançou no primeiro turno o nome do deputado federal Gabriel Chalita, que ficou com 13,6 por cento dos votos válidos, o quarto mais votado. Serra foi o mais votado com 30,75 por cento, seguido de Haddad com 28,98 por cento. Embora o PT mostre confiança no apoio do PMDB a Haddad, o partido sofreu um revés em outra capital importante, Salvador, onde o PMDB decidiu apoiar ACM Neto (DEM) contra o petista Nelson Pelegrino. Ferreira garantiu força máxima do partido nas cidades em que o PT tem candidatos no segundo turno, assim como nos municípios onde aliados da legenda estão na disputa. "A nossa prioridade é tratar das eleições onde o PT e os nossos aliados estão disputando o segundo turno", disse. "Ficou definido que as cidades onde o PT disputa segundo turno ou onde o PT tem aliados, vamos priorizar 100 por cento as energias do diretório nacional e dos diretórios municipais." MENSALÃO O parlamentar fez uma avaliação de que o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), no qual petistas proeminentes, como o ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente da legenda José Genoino, já foram condenados, não deve ter impacto na cena eleitoral. "Nós temos convicção de que, para o segundo turno, esse assunto (mensalão) será um assunto secundário. Não terá e não será pauta principal", avaliou. Os dirigentes petistas também foram questionados sobre o crescimento do PSB no pleito deste ano. O partido, tradicional aliado petista, rompeu com o PT em cidades importantes como Fortaleza, Recife e Belo Horizonte, tendo vencido no primeiro turno nas capitais de Pernambuco e de Minas Gerais. Enfrentará o PT em Fortaleza. O deputado federal João Paulo Lima, candidato a vice na chapa derrotada de Humberto Costa na capital pernambucana, minimizou eventuais impactos. "PSB é partido da base. Disputas localizadas não comprometem a relação nacional com o PSB", disse. (Reportagem de Bruno Federowsk)

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