A ex-candidata a vice-presidente dos Estados Unidos, Geraldine Ferraro, abandonou na quarta-feira o seu posto simbólico no comitê financeiro de Hillary Clinton, por causa de comentários com teor racial feitos nesta semana. Ferraro, única mulher a já ter participado de uma chapa presidencial por um grande partido dos EUA, em 1984, disse que o adversário de Hillary, Barack Obama, não estaria na liderança da disputa democrata se não fosse negro. A ex-deputada, segundo um porta-voz da campanha de Hillary, participava do comitê financeiro da candidata e arrecadava doações para ela. Antes, Obama desqualificara as declarações de Ferraro, mas afirmou que aparentemente a intenção dela não era ser racista. "Acho que os comentários dela foram ridículos", disse Obama a jornalistas em Chicago, onde recebeu apoio de um grupo de oficiais militares reformados. Ele negou a acusação feita por Ferraro de que sua campanha teria reagido às críticas dela apontando racismo. "Sempre hesitei em atirar palavras como 'racista' por aí, porque não acho que ela tenha pretendido que fosse assim", disse Obama. Ferraro provocou polêmica ao dizer a um jornal da Califórnia que "se Obama fosse um homem branco, não estaria nessa posição, e se fosse uma mulher não estaria nessa posição". "Ele tem sorte de ser quem é", completou. A ex-candidata a vice de Walter Mondale foi a vários programas matutinos de TV na quarta-feira para se defender das acusações de que seria racista.