Como 54% das mulheres diagnosticadas com câncer de mama, a auxiliar administrativa Andrea de Fátima Peixoto, de 38 anos, associou o surgimento da doença a fatores emocionais. "Na minha família, nunca ninguém teve câncer. Acredito que tem tudo a ver com problemas emocionais, ódio, decepções. Antes de descobrir a doença, passei por um período ruim", conta.Ela foi diagnosticada há quase um ano. "A gente leva um susto, pensa que vai morrer, passa todo aquele redemoinho na cabeça. Mas, quando fui buscar o resultado definitivo, informei-me sobre o tratamento e disseram que minhas chances eram grandes. Pensei: vamos lutar e vamos fazer."Andrea fez mastectomia, quimioterapia e radioterapia, que terminou na semana passada. Aguentar os efeitos colaterais - enjoos, queda de cabelo, perda de peso - não foi fácil. Mas também não foi tão difícil quanto imaginava. Perto de terminar o tratamento, ela avalia que o que a ajudou a enfrentar tudo foi a alegria. "Sou uma pessoa mais alegre, então tudo ficou mais leve."Hoje, Andrea tem prioridades diferentes: pensa mais nela própria. "Agora eu sou a prioridade. O que eu tinha vontade de fazer, agora estou fazendo. Agora eu saio, passeio e tento ajudar as pessoas como posso."ReaçãoSua reação corresponde à identificada no estudo do Data Popular. Depois da doença, outras palavras que passam a ser associadas ao câncer de mama são luta, superação, esperança. Se, antes do diagnóstico, os cuidados com a saúde ficavam em quarto lugar entre as prioridades da mulher, depois do diagnóstico passaram a ocupar o primeiro lugar.Para Esther de Freitas Despinopoulou, de 64 anos, também foi assim. Ela descobriu a doença depois de observar uma vermelhidão na pele de seu seio. Com medo de preocupar a família, foi ao médico e recebeu o diagnóstico sozinha. "A gente perde um pouco o chão. Disse para o médico que não estava preocupada porque sabia de muitas pessoas que também tiveram. Só me preocupava com as minhas filhas", conta.Esther conta também que o que ajudou a passar pelo tratamento com tranquilidade foi o apoio da família, a confiança nos médicos e a fé. "Saber que se pode contar com a família ajuda. Meu marido estava sempre comigo. Se não podia, minhas filhas iam. Ter esse apoio é muito importante, até fortifica."Ela se enquadra entre os 56% das mulheres que, após o tratamento do câncer de mama, passam a se considerar vencedoras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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