A aposentada Sebastiana Emiliana Ribeiro, de 73 anos, morreu vítima de um enfarte ao receber um trote, por telefone, em sua casa em São José dos Campos, Vale do Paraíba. Criminosos ligaram para a casa de Sebastiana informando que o filho dela, de prenome Marcos, havia sido seqüestrado e que ela deveria pagar o resgate. Por causa do susto, a mulher começou a passar mal e teve mal súbito. Chegou a ser socorrida ao Hospital Municipal de São José dos Campos e faleceu em seguida. A aposentada foi enterrada na tarde desta quinta-feira, 19, no cemitério de Santana, em São José dos Campos. Os trotes para extorquir dinheiro das vítimas são cada vez mais freqüentes na região do Vale do Paraíba e, segundo a polícia, praticados, em 90%, por presos de dentro de cadeias e presídios. "Falam em seqüestros, acidentes, para mexer com o emocional da vítima e tentar tirar dinheiro fácil. A instrução que damos é para que as pessoas não caiam no golpe e mantenham a frieza." Há casos em que os bandidos se identificam como policiais do Corpo de Bombeiros e pedem dinheiro para salvar um parente da pessoa que atende o telefone. Em outros casos pedem resgate e falam em seqüestro. Há ainda os golpes que citam programas de televisão, dão carros como prêmios, mas em contrapartida pedem cartões telefônicos. Os cartões servem para abastecer a grande quantidade de celulares mantidas dentro dos presídios e cadeias. Os trotes não fazem as vítimas somente no interior do Estado. A pensionista Hilda Martins, moradora na cidade de São Paulo, recebeu um telefonema semelhante sobre seqüestro há dois meses. "Desliguei o telefone e, na seqüência, liguei para meus parentes, para saber se estavam bem. Felizmente era trote, onde me pediam um depósito urgente de 20 mil reais."