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ArcelorMittal Tubarão elevará produção em 20% em 2014

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Por ALBERTO ALERIGI JR.

A ArcelorMittal aumentará a produção de aço de sua usina no Espírito Santo em quase 20 por cento no próximo ano e deve tomar "em breve" decisões sobre ampliações de outras unidades da siderúrgica no Brasil, afirmou o presidente da companhia para América do Sul, Benjamin Baptista. A unidade capixaba, ArcelorMittal Tubarão, completa 30 anos de operações no sábado e se prepara para retomar sua capacidade total de produção de 7,5 milhões de toneladas de aço bruto por ano a partir do fim de junho de 2014. Os planos do maior grupo produtor de aço do mundo incluem Tubarão como fornecedora de parte das placas que abastecerão a usina laminadora no Alabama, nos Estados Unidos, se ela for de fato vendida pela alemã ThyssenKrupp à ArcelorMittal e Nippon Steel. "Se a gente comprar Alabama, com certeza parte da produção daqui vai para lá", afirmou Baptista, durante encontro com um pequeno grupo de jornalistas do Espírito Santo e a Reuters na quinta-feira. Nesta sexta-feira, fontes com conhecimento do assunto afirmaram à Reuters na Alemanha que a ThyssenKrupp deve concluir a venda da unidade no Alabama por cerca de 1,5 bilhão de dólares para um consórcio formado por ArcelorMittal e Nippon Steel. A expectativa é que o negócio deva ser anunciado após o fechamento do mercado norte-americano ainda nesta sexta, disseram as fontes. Baptista, ao ser perguntado se a companhia realmente acertou um acordo para a compra da unidade do grupo alemão nos EUA, pediu para aguardar. "Quem tem que falar sobre Alabama é o senhor (presidente-executivo da ArcelorMittal, Lakshmi) Mittal, esperem até segunda-feira." Ele não deu mais detalhes sobre o assunto, afirmando apenas que atualmente as necessidades de placas da ArcelorMittal nos EUA estão sendo supridas pela unidade da companhia no México. A produção de Tubarão em 2013 deve somar 4,6 milhões de toneladas, disse Baptista. O acendimento do alto-forno 3 no fim de junho do ano que vem elevará o volume de aço produzido pela usina em 900 mil toneladas em 2014. Toda a produção adicional será exportada diante de retomada de pedidos de clientes internacionais, afirmou o executivo. "Eu diria que no conjunto de Tubarão, a visão para o primeiro trimestre do ano que vem é melhor do que agora. Nosso departamento comercial diz que está cheio de pedido e que não tem como atender agora", disse Baptista. GOTA NO UNIVERSO Tubarão não produz em seu volume máximo desde a crise financeira global de 2008. A unidade, voltada para exportação de placas de aço --produto semi-acabado que pode ser laminado para se transformar em uma série de outros itens como capôs para carros e tubulações para petróleo-- vem desde então intercalando reformas em seus três altos-fornos, aguardando pela recuperação dos mercados. A retomada do equipamento número 3 contribuirá para diluir os custos fixos da usina, mas Baptista não deu detalhes. Ele afirmou que apesar da situação de excesso de capacidade global do setor siderúrgico de 550 milhões de toneladas de aço, o retorno do alto-forno 3, com 2,5 milhões de capacidade anual, representa "uma gota em um universo". A usina no Espírito Santo é resultado de um projeto-piloto do governo militar brasileiro na década dos anos 1970 que acabou gerando uma joint venture entre Brasil e sócios japoneses e italianos. Baptista ingressou na empresa em março de 1983, poucos meses antes do acendimento do primeiro alto-forno da usina, anteriormente conhecida como Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST) e que foi privatizada em 1992. FUTURO A usina integrada da ArcelorMittal no Espírito Santo, um enorme complexo que emprega cerca de 5 mil trabalhadores e é permeado por vegetação que evita a dispersão de poluentes no ar, se prepara para ampliações também em laminação. Segundo Baptista, entre o fim de 2014 e 2015 a empresa tomará decisão sobre obras para ampliação da capacidade de seu laminador de tiras a quente, que deve produzir 3,8 milhões de toneladas de bobinas este ano. "Temos plano de elevar o laminador de tiras a quente para 4,5 milhões a 4,6 milhões de toneladas... Poderemos aumentar as vendas domésticas de bobina a quente em detrimento de exportações." Baptista também enxerga crescimento em laminação a frio, voltada ao setor de veículos. Ele disse que o Brasil precisará de uma nova linha de galvanização automotiva por volta de 2017, por causa do aumento da produção de carros do país nos próximos anos. "É vez é de Vega", disse o executivo, referindo-se à ArcelorMittal Vega, em Santa Catarina. A unidade catarinense do grupo já tem aprovado projeto para uma terceira linha de galvanização, que está aguardando melhor momento do mercado para ser implementado. Para ele, mais à frente "é inevitável" que Tubarão "se integre com uma linha de laminação a frio e galvanização". PRAIA MOLE A elevação da produção de Tubarão também trará como consequência redução na capacidade ociosa do porto de Praia Mole, atualmente operado em conjunto por ArcelorMittal Tubarão, Usiminas, Gerdau e Vale. O porto, responsável por 50 por cento das exportações brasileiras de produtos siderúrgicos e pelo abastecimento de carvão das usinas do país, é alvo de interesse de ampliação pelo governo capixaba. Porém, com o aumento do uso do porto para escoamento das exportações da ArcelorMittal Tubarão e escassez de espaço para armazenagem e movimentação de contêineres, Baptista não se mostra favorável a uma ampliação. "Se querem fazer um terminal de contêineres competitivo, não é em Praia Mole", disse.

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