O estado de emergência da Argélia, em vigor há 19 anos, será suspenso em breve, assegurou nesta quinta-feira o presidente Abdelaziz Bouteflika, segundo a mídia oficial. A declaração foi feita depois da pressão de membros da oposição pedindo o fim dos poderes emergenciais do governo. Inspirados pelas agitações no Egito e na Tunísia, os oposicionistas estão planejando um protesto na capital argelina em 12 de fevereiro. O governo havia dito que precisava de mais poderes, concedidos sob o estado de emergência, para combater insurgentes islâmicos ligados à Al Qaeda. A violência diminuiu nos últimos nos, suscitando debates sobre se esses poderes ainda são justificados. A ex-colônia francesa tem uma população de aproximadamente 35 milhões de pessoas e é uma grande exportadora de petróleo e gás natural. Segundo a agência oficial de notícias APS, Bouteflika disse, em reunião com ministros, que o fim do estado de emergência ocorreria "no futuro muito próximo". "Para impedir qualquer especulação sem fundamento sobre a questão, eu ordenei ao governo que elaborasse imediatamente as provisões adequadas que permitam ao Estado continuar sua luta contra o terrorismo até a sua conclusão, e com a mesma eficácia", declarou, segundo a agência. Bouteflika disse que as manifestações de protesto, banidas sob o estado de emergência, seriam permitidas em qualquer lugar menos na capital. "A capital é uma exceção nesse aspecto por motivos já conhecidos de ordem pública e certamente não para impedir qualquer forma de expressão", disse ele. Bouteflika também disse que o governo adotaria novas medidas para promover a geração de empregos e que a televisão e a rádio argelinas, controladas pelo Estado, deveriam dar tempo de transmissão para todos os partidos políticos. Mas ele disse: "Partidos políticos e organizações nacionais registradas devem considerar as provisões da Constituição e as leis para atividades políticas." "A liberdade não deve conduzir a uma situação em que você tem coisas escapando ao controle ou se transformando em anarquia, algo que já teve um pesado custo para a Argélia."