Argentina antecipa registros para soja

Exportadores querem fixar desde já preços da leguminosa, com temor de política da presidente eleita

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Por Ana Conceição
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O temor de que a presidente eleita da Argentina, Cristina Kirchner, aumente o imposto cobrado sobre a exportação de grãos tem feito com que os exportadores locais corram para registrar embarques da nova safra de soja. Quando o registro é feito, tanto o preço de referência quanto o imposto são fixados naquele momento. Na semana passada, fontes do Ministério da Economia disseram ao Estado que Cristina deve continuar a linha heterodoxa de seu marido Néstor Kirchner contra a inflação. Quanto ao comércio exterior, as fontes disseram que o governo deverá mesmo elevar impostos cobrados pelas exportações. ANTECIPAÇÃO Para se proteger de uma carga fiscal mais pesada as empresas se anteciparam a qualquer decisão. O plantio da safra 2007/2008 apenas começou na Argentina, mas a maior parte da exportação prevista já foi declarada. Dados disponíveis no site da Secretaria de Agricultura do país mostram que até 1º de novembro os exportadores registraram intenção de embarcar 6,7 milhões de toneladas. Na mesma época do ano passado, apenas 2,04 milhões de toneladas haviam sido registrados. FARELO E ÓLEO O farelo de soja já tem compromissos de exportação em 7,75 milhões de toneladas, ante 1,3 milhão de toneladas no mesmo período em 2006. E as declarações de embarques de óleo de soja chegaram a 1,75 milhão de toneladas, ante 753 mil toneladas em 2006. A Argentina é o terceiro maior exportador de grão de soja do mundo, atrás dos Estados Unidos e do Brasil, e o maior exportador de farelo e óleo. Atualmente o governo taxa as exportações de grão em 27,5%; as de farelo e óleo são taxadas em 24%.