A política internacional de Hillary Clinton seria uma repetição da fracassada abordagem republicana, disse na quinta-feira um assessor da campanha de Barack Obama, numa intensificação dos ataques à ex-primeira-dama após os resultados desta semana na corrida pela candidatura democrata à Presidência. Hillary, que reanimou sua sofrida campanha com vitórias na terça-feira em Texas, Ohio e Rhode Island, tem atacado Obama no tema segurança nacional, retratando-o como alguém muito inexperiente para lidar com uma crise mundial. O senador John McCain, o pressuposto candidato republicano e ex-prisioneiro de guerra no Vietnã, tem uma fala parecida contra Obama. Mas assessores de Obama aproveitaram os ataques simultâneos para acusar a senadora por Nova York de "alinhar-se com o Senador McCain". "Acho que a senadora Clinton acredita que o caminho para vencer McCain em um debate é falar como ele fala, agir como ele age e votar como ele vota na questão da segurança nacional", disse o consultor de Obama, Greg Craig, em uma teleconferência com jornalistas. "Acreditamos que, no passado, os democratas perderam os debates sobre segurança nacional para os republicanos por essas razões." As derrotas de Obama na prévias dos Estados de Texas e Ohio encerraram uma sequência de triunfos do senador de Illinois. Como consequência, o pré-candidato expressou sua frustração com o que chamou de uma campanha "muito negativa" de Hillary, e prometeu revidar com mais intensidade os ataques da adversária. Muitos analistas políticos acham que o comercial que Clinton lançou na televisão, falando de segurança pública, foi bem sucedido em levantar dúvidas sobre Obama. A propaganda mostra crianças dormindo e um telefone vermelho tocando na Casa Branca, enquanto um narrador nefasto afirma: "São 3h da manhã, e seus filhos dormem em segurança. Mas há um telefone na Casa Branca e ele está tocando. Algo está acontecendo no mundo". O narrador então pergunta se a pessoa que vai atender o telefone já foi "testada" o suficiente para manter a América em segurança. Na teleconferência, Craig disse que Clinton "se alinhou" com John McCain em alguns temas específicos, como confiar demais no presidente paquistanês Pervez Musharraf e apoiar uma emenda legislativa para aumentar a pressão sobre o Irã. Mas a campanha de Clinton rebateu, dizendo que estes comentários destoam do histórico da senadora. "Distorcer o histórico de Hillary não vai mudar as dúvidas dos eleitores quanto ao preparo de Barack Obama para ser comandante em chefe", disse o porta-voz da campanha de Clinton, Phil Singer. (Reportagem de Caren Bohan)
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
Notícias em alta | Brasil
Veja mais em brasil