As forças de segurança do Barein agrediram um importante militante dos direitos humanos durante uma passeata ocorrida nesta sexta-feira, segundo ativistas da oposição. Eles disseram que vários agentes atiraram Nabeel Rajab no chão e o espancaram na cabeça, no pescoço e nas costas. Ele foi levado para o hospital, mas não está claro se ficará detido, segundo um advogado que conversou com Rajab, diretor do Centro de Direitos Humanos do Barein. O Ministério do Interior imediatamente rejeitou essas versões, dizendo pelo Twitter que os policiais encontraram o ativista "caído no chão" e o levaram para um hospital. Antes, o governo do pequeno reino árabe havia alertado que a passeata organizada pelo principal grupo de oposição era ilegal, e que "procedimentos judiciais serão tomados contra transgressores". O Barein é um país de maioria xiita, governado por uma monarquia absolutista sunita. O país registrou diversos protestos no começo de 2011 como parte da chamada Primavera Árabe, e o governo local pediu auxílio das Forças Armadas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes para controlar a situação. Os xiitas se queixam de discriminações sectárias no acesso a terras e empregos públicos, e exigem a redução dos poderes da família real. Mais de mil pessoas foram detidas durante a primeira onda de protestos -alguns dos manifestantes teriam sido torturados e mortos, e muitos outros estão sendo processados. Manifestações diárias continuam acontecendo na ilha, que é a sede da Quinta Frota Naval dos EUA. Um inquérito sobre os protestos e a repressão, encomendado pelo próprio Barein, concluiu que houve abusos sistemáticos contra detentos, e contestou as alegações do reino de que o Irã, um país xiita, teria orquestrado as manifestações. O Barein disse estar implementando as recomendações do inquérito. O governo dos EUA condiciona a isso o destino de um acordo armamentista de 53 milhões de dólares. (Reportagem de Joseph Logan)