Balanço do 3o tri da Vale traz confiança na retomada

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O resultado da Vale no terceiro trimestre ainda está bem longe da robustez de antes da crise, mas a volta das compras na Europa e a recuperação de venda do segmento de ferrosos, o carro-chefe da companhia, sinalizam com maior otimismo para o quarto trimestre do ano. Depois de amargar um segundo trimestre morno, os números da empresa voltaram a esquentar com o aumento de vendas de minério e pelotas, esta última uma surpresa positiva do balanço do terceiro trimestre com vendas subindo de 4,8 para 9,2 milhões de toneladas. O peso do segmento de ferrosos que havia caído para 52,8 por cento na receita da companhia subiu para 62,6 por cento no terceiro trimestre, bem próximo dos 65,8 por cento no mesmo período do ano passado, um trimestre antes do agravamento da crise financeira. A volta de um certo vigor na Europa também ajudou a aumentar o grau de otimismo para o futuro da companhia, que este ano teve que reduzir o preço do minério de ferro de 28 (minério) a 48 (pelotas) por cento, mas que para 2010 pode contar novamente com uma elevação de preços por conta do crecimento da demanda. O mercado gostou também de ver a redução da importância da China no portfólio da companhia, que havia crescido no auge da crise. No terceiro trimestre, a Europa, forte compradora de pelotas, minério semiprocessado com maior valor agregado, teve o seu impacto na receita da Vale elevado dos 13 por cento do segundo trimestre para 17,2 por cento. A Alemanha, maior importadora europeia do minério de ferro brasileiro, subiu de 2,5 para 4,1 por cento, na mesma comparação. Os números ainda não são tão equilibrados como antes da crise, quando a China contribuía com 20,1 por cento da receita, a Europa 24,6 por cento e a Alemanha 7 por cento, mas já é um bom caminho, na avaliação de analistas. "Fico mais tranquilo de indicar a compra (de ações da empresa) agora. O resultado do terceiro trimestre é fruto da retomada da produção mundial, mostrou que a Europa está se mexendo", avaliou Antonio Emilio Ruiz, do Banco do Brasil. As ações da empresa reagiram bem aos números de julho a setembro, que apontaram lucro de 3 bilhões de reais contra 7,7 bilhões de reais um ano antes (ajustados pelo IFRS). Por volta das 12h15, as preferenciais subiam 5 por cento, enquanto o Ibovespa ganhava 3,6 por cento. O aumento de margem Ebitda, com a melhora de preços dos metais, sinaliza com trimestres melhores pela frente. Nem mesmo a queda de venda em volume de níquel --segundo produto da companhia e cuja produção foi afetada pela greve nas unidades da Vale no Canadá-- abateu o ânimo com o futuro. A margem Ebitda, que mede a relação entre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Vale subiu de 32 para 46 por cento do segundo para o terceiro trimestre. "A visão que fica agora é que nos próximos trimestres a China não vai ter tanto peso na receita, o que é positivo", afirmou Pedro Galdi, da SLW. "O otimismo com a recuperação está se concretizando", estimou. As perspectivas para o quarto trimestre são de vendas crescentes, mas em um ritmo menor do que ocorreu do segundo para o terceiro trimestre, segundo a percepção dos analistas. "A velociadade de crescimento daqui para frente poderá ser menor, mas vai continuar subindo", disse Ruiz, do BB.

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