Base de Kassab deixa de votar IPTU progressivo

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A bancada do DEM, partido do prefeito Gilberto Kassab, boicotou ontem na Câmara Municipal a votação do projeto que previa a implementação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) progressivo, de autoria do próprio líder de governo, José Police Neto (PSDB). A proposta combate a especulação imobiliária em São Paulo ao permitir à Prefeitura aumentar em até 15% o imposto dos mais de 400 mil imóveis ociosos da capital. Se um proprietário não conseguir dar uso ao terreno localizado numa Zeis em cinco anos, por exemplo, o governo poderá desapropriar a área, com o pagamento de títulos da dívida pública ao proprietário.A bancada do PSDB, de 12 vereadores, a maior da Casa, e os outros partidos da base já haviam acertado a votação, numa reunião de líderes na segunda-feira. Os 11 vereadores do PT e os 2 do PC do B também concordaram em apoiar a proposta. Mas, quando o projeto foi colocado em votação ontem à tarde, pelo líder de governo, a bancada do DEM e alguns vereadores do centrão abandonaram o plenário. O painel registrava 46 presentes, mas só 32 votaram a favor do projeto, que precisa de maioria absoluta para ser aprovado - 37 votos. Não houve rejeições nem abstenções. Dos seis vereadores do DEM, só o líder da bancada, Carlos Apolinário, votou pelo projeto. Os democratas Ushitaro Kamia, Marta Costa, Edir Sales, Domingos Dissei e Sandra Tadeu não votaram. O vereador Aurélio Miguel (PR), um dos líderes do centrão, também se retirou do plenário. "Sou contra desapropriar um imóvel após cinco anos", argumentou o parlamentar.Desgastado, o líder do governo não sabia explicar a retirada de parte da base. "Preciso me dedicar mais ao meu mandato do que à liderança", desabafou Police Neto. Colega do tucano, o líder do DEM quis assumir uma falta de articulação dentro da bancada. "Acho que faltou explicar melhor para meus colegas o que é o projeto."A falta de quórum para a votação e o consequente clima ruim entre as bancadas resultaram no adiamento da votação de outros dois projetos importantes, que endurecem as contrapartidas aos polos geradores de tráfego e às empresas de telefonia que fazem instalação de torres para celulares. Líderes avaliam que a crise no Legislativo poderá dificultar agora a aprovação do projeto do Executivo para reajustar os valores do IPTU para todos os imóveis da cidade. O texto deve chegar à Câmara na próxima semana. Antes da confusão, a Mesa Diretora resolveu em reunião ouvir um colégio de líderes, até terça-feira, antes de apresentar uma proposta para o reajuste do salário do prefeito, Gilberto Kassab (DEM), da vice, Alda Marco Antonio, e dos 27 secretários. O valor deverá ser fixado com base na proposta dos 14 líderes de bancada. Essa manobra permite que os parlamentares da Mesa não sejam o único alvo de um possível desgaste com a opinião pública.D.Z.

Comentários

Os comentários são exclusivos para cadastrados.