Berzoini presta depoimento nesta terça-feira na PF

Deputado, presidente licenciado do PT, é suspeito de envolvimento na compra do dossiê Vedoin, que envolveria o tucano José Serra com a máfia dos sanguessugas

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Polícia Federal toma nesta terça-feira, 17, o depoimento do deputado Ricardo Berzoini (SP), presidente licenciado do PT, suspeito de envolvimento na compra do dossiê Vedoin. Há indícios de que ele tinha conhecimento da compra do dossiê por membros do PT. O presidente licenciado do PT deporia às 14 horas, mas resolveu antecipar seu depoimento para as 10h30 desta manhã. A situação de Berzoini é delicada porque vários dos petistas envolvidos no escândalo eram seus subordinados no comitê de campanha à reeleição do presidente Lula. Duas semanas antes do primeiro turno, a PF prendeu os petistas Gedimar Passos e Valdebran Padilha com R$ 1,75 milhão. O dinheiro, cuja origem ainda não foi identificada, seria usado para comprar um vídeo, um DVD e fotos que mostravam Serra, quando era ministro da Saúde, numa cerimônia de entrega de ambulâncias do esquema sanguessuga. A relação dos envolvidos no caso levou a crise para o comitê de campanha de Lula, então dirigido por Berzoini. Além de Gedimar, que fazia análise de documentos, foram citados assessores de confiança do deputado, como seu ex-secretário no Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas, coordenador de programa de governo, e Jorge Lorenzetti, analista de mídia e risco do PT. Dinheiro tem origem ´criminosa´, diz CPI O presidente da CPI dos Sanguessugas, Antonio Carlos Biscaia, está convencido de que o R$ 1,75 milhão apreendido com petistas, destinado a pagar o dossiê Vedoin, tem origem criminosa. O deputado recebeu informações de fontes do Judiciário e da Polícia Federal, ao viajar a Cuiabá para retirar cópia do inquérito que apura a trama contra tucanos. A denúncia de que o governo - e mais diretamente o ministro Márcio Thomaz Bastos - trabalha para afastar a investigação do presidente Lula levou a oposição ao ataque em três frentes. Aliados de Geraldo Alckmin vão recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral, à Polícia Federal e à OAB para pedir isenção nas investigações e acompanhamento do caso. Os petistas se mobilizaram para neutralizar a ação dos adversários. O próprio presidente agora diz que foi sua a iniciativa de tirar Ricardo Berzoini da coordenação de sua campanha. Ao mesmo tempo, o Ministério Público Federal pediu a quebra de sigilos de Freud Godoy, segurança do presidente acusado no caso. A PF quer a mesma medida para Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha de Aloizio Mercadante.

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