Pelo menos 54 pessoas morreram na quinta-feira em um bombardeio que atingiu um posto de gasolina na província de Al Raqqa, no norte da Síria, onde há intensos combates entre rebeldes e forças do governo, segundo ativistas. O presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse que os grupos armados no país "não serão vencedores" na luta contra o governo, acrescentando que a "porta para o diálogo continua aberta". Em declarações à revista semanal egípcia Al-Ahram Al-Araby, que será publicada na sexta-feira, Assad afirmou que "grupos armados praticam terrorismo contra o Estado. Eles não são populares dentro da sociedade ... eles não serão vitoriosos no final". Um vídeo divulgado por ativistas, identificado como sendo de Al Raqqa, mostrou nuvens de fumaça escura saindo da carcaça de um posto de gasolina, diante do olhar atônito de algumas pessoas. Forças governamentais bombardearam rebeldes perto da fronteira com a Turquia, a cerca de 30 quilômetros ao norte, nos limites de Al Raqqa, que na quarta-feira foi tomada por insurgentes. Uma testemunha da Reuters no lado turco da fronteira escutou disparos intensos e explosões perto do posto fronteiriço de Tel Abyad, onde uma bandeira da oposição ainda tremulava. Moradores correram para a fronteira quando os disparos se intensificaram. Foi impossível verificar a autenticidade do vídeo dos ativistas, e o governo restringe o trabalho da imprensa internacional na Síria, o que dificulta a confirmação dos relatos que chegam do país. O governo de Bashar al Assad tem usado helicópteros e aviões de combate para bombardear partes do país onde há atividade insurgente, incluindo bairros residenciais na capital e nas principais cidades sírias. As forças do governo atacam postos de gasolina no interior para privar os rebeldes de combustível. Civis vêm montando locais menores e mais discretos para a venda de combustível. Ativistas dizem que mais de 27 mil pessoas já foram mortas em 18 meses de conflito. Também na quinta-feira, o ministério sírio da Informação disse que um helicóptero militar que caiu perto da capital atingiu a cauda de um avião comercial saudita, mas que as 200 pessoas a bordo não se feriram. Em terra, forças de segurança cercaram e invadiram um bairro rebelde na zona sul de Damasco, prendendo mais de cem pessoas e deixando vários mortos. Além disso, a imprensa estatal disse que soldados mataram cem "terroristas" afegãos em Aleppo (norte). Rebeldes na área disseram que essa informação foi inventada pelo governo, e que os militares não estiveram no bairro de Bustan al Qasr, suposto local da ofensiva.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
Notícias em alta | Brasil
Veja mais em brasil