O presidente da BR Distribuidora, José Lima Neto, disse nesta segunda-feira que desconhece qualquer proposta do governo de fazer com que a empresa, controlada pela Petrobras, dê desconto na venda de combustíveis na bomba. A notícia da possibilidade da redução nos preços na bomba foi publicada em coluna do jornalista Guilherme Barros, da revista Isto É Dinheiro, e estaria dentro de uma estratégia de permitir que a Petrobras elevasse os preços dos combustíveis nas refinarias. O jornalista ressaltou que a decisão ainda não está tomada, mas a informação pressionou as ações de empresas de combustíveis, como Cosan e Ultrapar, que seriam afetadas por eventual redução de preços da BR, maior distribuidora do país. Cosan e Ultrapar figuravam entre as principais quedas do Ibovespa nesta segunda-feira, caindo mais de 4 por cento por volta das 14h30. "Desconheço qualquer negociação sobre isso", disse Lima Neto ao ser questionado pela Reuters sobre o assunto, em entrevista por telefone. Segundo a ideia relatada por Barros, a BR daria um desconto aos consumidores e isso obrigaria as outras empresas do setor de baixar seus preços, a exemplo do que os bancos públicos fizeram com suas taxas de juros. O objetivo da estratégia seria abrir espaço para a Petrobras poder aumentar os preços nas refinarias sem causar impacto na inflação. A BR teria suas margens reduzidas, em contrapartida. Lima Neto, no entanto, disse que nunca conversou dentro da empresa sobre a possibilidade de desconto na venda de combustíveis e que desconhece qualquer negociação nesse sentido. A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, já disse publicamente que o reajuste dos combustíveis é fundamental para que a estatal cumpra seu plano de investimentos de 236 bilhões de dólares em cinco anos, e que a companhia trabalha pela paridade de preços no mercado doméstico em relação aos preços praticados internacionalmente. (Reportagem de Leila Coimbra)
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