Brasil e México não chegaram esta semana a um acordo para salvar o acordo automotivo entre os dois países que movimentou 2,5 bilhões de dólares em 2011, mas concordaram em continuar negociando até o final de fevereiro, informou o governo brasileiro. O Brasil ameaçou romper o acordo de 2003 que permite o livre comércio de automóveis e peças com o México, diante do déficit comercial com esse país. Negociadores reunidos esta semana em Brasília voltarão a se encontrar em 28 e 29 de fevereiro na Cidade do México. "A reunião contribuiu para o esclarecimento de pontos relevantes a respeito da evolução e das perspectivas do relacionamento comercial bilateral no setor automotivo", informou o Ministério das Relações Exteriores do Brasil em comunicado à imprensa. "Ambos os países estão empenhados em buscar solução satisfatória que atenda aos interesses das duas partes", acrescentou. O acordo gerou atrito entre as duas maiores economias da América Latina. Na semana passada, o Brasil ameaçou romper o acordo automotivo a partir de 2013 e pediu que fosse renegociado para incluir caminhões, ônibus e veículos comerciais, com os quais espera equilibrar sua balança comercial com o México. O México disse que estava disposto a escutar as queixas brasileiras, mas que não havia nada a ser renegociado. Uma fonte do Ministério das Relações Exteriores brasileiro disse, no entanto, que depois das reuniões desta semana as posições parecem mais convergentes. "Não foi possível chegar a um acordo esta semana, mas o diálogo continua", afirmou. Segundo dados do Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior do Brasil, o país importou em 2011 automóveis mexicanos totalizando 2,07 bilhões de dólares e exportou ao país automóveis por apenas 373 milhões de dólares.
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