O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pediu ao governo chinês que inicie um diálogo com o líder espiritual do Tibete, o Dalai Lama. Bush telefonou nesta quarta-feira ao presidente da China, Hu Jintao, para expressar sua preocupação com a situação no Tibete e pedir que o governo chinês facilite o acesso de jornalistas estrangeiros à região autônoma. "O presidente manifestou sua preocupação com a situação no Tibete e encorajou o governo chinês a iniciar um diálogo concreto com os representantes do Dalai Lama", disse a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino. Segundo Perino, Bush também pediu que a China "permita o acesso de jornalistas e diplomatas (ao Tibete)". Desde o início dos protestos, no último dia 10, a China impediu a entrada de jornalistas estrangeiros no Tibete. No entanto, nesta quarta-feira, o governo chinês permitiu que um grupo repórteres estrangeiros visitasse a capital do Tibete, Lhasa. Segundo o governo chinês, o grupo - do qual a BBC não fez parte - poderia entrevistar "vítimas de atos criminosos". Protestos Pequim acusa o Dalai Lama - que vive exilado em Dharamsala, no norte da Índia - de estar por trás dos recentes protestos contra a China, que já deixaram vários mortos e são os maiores dos últimos 20 anos. As manifestações foram iniciadas no último dia 10, em Lhasa, e depois se espalharam por diversas províncias da China. O Dalai Lama - que ganhou o prêmio Nobel da Paz em 1989 por sua oposição ao uso de violência na busca pela autonomia do Tibete - nega as acusações e já fez um apelo por diálogo com a China. O número de mortos até agora nos protestos é incerto. O governo chinês afirma que 19 pessoas foram mortas por manifestantes incitados por separatistas tibetanos. No entanto, o governo tibetano no exílio diz que pelo menos 140 pessoas já foram mortas pelas forças chinesas durante a repressão aos protestos. Segundo o correspondente da BBC Jack Izzard, em Washington, a demora de Bush em se manifestar sobre a situação no Tibete é uma demonstração de como as relações entre Estados Unidos e China são delicadas. Os dois países têm economias enormes e profundamente interligadas. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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