CIDADE DO MÉXICOO futebol paraguaio, que conseguiu se classificar para a Copa do Mundo até com tranquilidade, acordou ontem consternado. Salvador Cabañas, principal jogador da seleção do país e atacante do América, do México, levou um tiro na cabeça no banheiro de um bar da capital mexicana no final da madrugada (5h30 locais). Corre sério risco de morte. O jogador, de 29 anos, passou por cirurgia no início da noite de ontem (de Brasília). O procedimento retirou fragmentos de ossos, mas não a bala calibre 22 que ficou alojada no seu crânio. "Teríamos feito mais danos", disse o médico Ernesto Martínez. O estado de cabañas é grave, embora estivesse consciente quando foi internado no Hospital Ángeles del Pedregal. O jogador foi atacado no banheiro quando se preparava para deixar o local com sua mulher, Maria Alonso Mena. "Falei com ele e fui reconhecida, mas o seu estado é muito delicado", afirmou a esposa. "Peço que seus fãs no Paraguai rezem por ele." Dois suspeitos do disparo foram presos pela polícia, que descartou hipótese de assalto. Cabañas também havia sido agredido no sábado, quando o América foi derrotado pelo Morelia por 2 a 0. Na ocasião, um torcedor jogou uma pedra de gelo em sua cabeça. Há duas semanas, o atacante errou um pênalti e seu time ficou sem uma vaga na Libertadores. Foi durante a disputa da competição continental, em 2008, que Cabañas ganhou fama ao marcar gols que eliminaram Santos e Flamengo. O paraguaio joga no México desde 2003 e agora integra uma triste lista de jogadores vítimas de arma de fogo no futebol latino-americano. Um caso chocante foi o do colombiano Escobar, morto após uma falha que eliminou a seleção do país na Copa de 1994. No Brasil, o atacante Almir Pernambuquinho, campeão mundial com o Santos em 1963, foi assassinado numa briga, em 1973, no Rio. Sotter, lateral do Palmeiras, também morreu, em 1986, numa confusão em Dourados (MS).