Cai apoio a medidas severas contra Irã, indica pesquisa global

Levantamento encomendado pelo Serviço Mundial da BBC ouviu mais de 30 mil pessoas.

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Por Da BBC Brasil
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O apoio a medidas severas contra o programa nuclear do Irã caiu em 13 de 21 países incluídos em uma pesquisa global encomendada pelo Serviço Mundial da BBC. A comparação dos resultados desta pesquisa com os de um levantamento anterior, realizado em junho de 2006 nos mesmos países, revela queda significativa, mesmo naqueles que antes registravam forte apoio a sanções econômicas ou ofensivas militares contra o Irã. Na Austrália, a redução foi de 10 pontos percentuais. Na pesquisa de 2006, 52% dos australianos entrevistados apoiavam medidas duras contra o Irã. No último levantamento, 42% responderam que apoiariam esse tipo de medida. Entre os mexicanos a queda foi ainda mais significativa, de 46% em 2006 para 16% na última pesquisa. Em apenas três países foi registrado aumento do apoio a medidas mais severas contra o Irã: Israel (de 62% para 71%), Coréia do Sul (de 47% para 53%) e Turquia (de 21% para 33%). A maioria das entrevistas foi feita depois da divulgação de um relatório de inteligência dos Estados Unidos, em dezembro de 2007, que indicava com "muita confiança" que o Irã paralisou seu programa para desenvolver armamentos atômicos em 2003 "em resposta à pressão internacional". Os Estados Unidos acusam os iranianos de desenvolver seu programa nuclear com o objetivo de criar armas do tipo. O governo iraniano, porém, afirma que só busca a tecnologia para fins pacíficos. A pesquisa deste ano foi feita em um total de 31 países: os mesmos 21 incluídos no levantamento de 2006 e outros 10 pesquisados pela primeira vez. Na maioria deles, os entrevistados disseram ser contrários a sanções econômicas ou ações militares contra o Irã. Foram apresentadas aos entrevistados quatro opções que o Conselho de Segurança da ONU poderia usar em resposta ao fato de o Irã não ter interrompido o seu programa nuclear. As opções de sanções econômicas ou ofensivas militares foram rejeitadas em 27 dos 31 países. Os entrevistados preferiram as opções de esforços diplomáticos (média de 43%) ou de simplesmente não pressionar o Irã (14%). As sanções econômicas foram escolhidas como opção por uma média de 26% dos entrevistados, e as ofensivas miliares, por apenas 8%. Muitos entrevistados disseram que o Irã deveria poder produzir energia nuclear, desde que sob inspeção da ONU. A pesquisa foi realizada pela empresa GlobeScan e pelo Programa sobre Atitudes em Política Internacional (PIPA, na sigla em inglês), da Universidade de Maryland. Foram ouvidas 32.039 pessoas em 31 países no período de 31 de outubro de 2007 a 25 de janeiro de 2008. O Brasil não participou da pesquisa. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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