Por mais que o governo tente e a imagem do País esteja em uma situação melhor, o número de turistas estrangeiros no Brasil não consegue aumentar desde meados da década. Já a verba da Embratur sofre cortes.Entre 2000 e 2005, o número de estrangeiros mais que dobrou, passando de 2,5 milhões por ano para 5,3 milhões. Mas, segundo a Embratur, esse número caiu nos anos seguintes. Em 2008, o número de estrangeiros que desembarcaram no Brasil foi de 5,1 milhões. Em 2009, a crise internacional ainda fez com que o número de turistas sofresse um nova queda de 4% entre janeiro e agosto. Além da crise internacional, a presidente da Embratur, Jeanine Pires, atribui o fenômeno à quebra da Varig. "Perdemos o equivalente em 1,5 milhão de lugares em aviões com a queda da Varig em um ano." Segundo ela, só agora o número de voos internacionais para o Brasil começou a compensar a queda da Varig. Hoje, são 890 voos semanais internacionais ao País. Mas a realidade é que os números brasileiros são apenas uma fração do que recebe a França, Espanha, Estados Unidos, China e Itália. A França, em 2006, recebeu 79 milhões de turistas estrangeiros, praticamente o equivalente de toda sua população. Em 2007, a Espanha se transformou no maior destino de turistas do mundo, superando a França. Na América Latina, o México é o maior receptor de turistas estrangeiros, com mais de 21 milhões, quatro vezes mais que o Brasil. Um terço dos estrangeiros que desembarcam no Brasil vem da América Latina. Os números do Brasil são comparáveis aos da Índia e da Austrália, regiões que a Embratur acredita que sejam as melhores bases de comparação. Além de ver o número de turistas estrangeiros estagnar, a Embratur também sofreu um corte de verbas em 2009. No ano passado, a entidade recebeu R$ 134 milhões. Neste ano, foram R$ 92 milhões. A diretora tem esperança de que um orçamento suplementar, de R$ 40 milhões, seja concedido até o fim do ano. Para 2010, a entidade promete inaugurar uma nova estratégia de marketing para o País, já focando na Copa de 2014. A Embratur espera usar tanto a Copa do Mundo de 2014 como uma eventual vitória do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de 2016 como forma de promover o País no exterior. "Não há um cálculo possível para medir a exposição que o Brasil teria com esses eventos", afirmou a presidente da entidade. "Não há campanha publicitária que substitua isso."
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