Caiu neste ano o número de alunos que estudaram em escolas públicas e se inscreveram na Fuvest. Amanhã, na primeira fase do exame, serão 46.309 candidatos que cursaram o ensino médio público. Isso representa 32,8% do total de inscritos, o menor índice desde 2002. No fim de 2006, eram 49.340 (34,8%). A queda ocorre no segundo ano de um programa de inclusão lançado pela Universidade de São Paulo (USP), que pretendia justamente atrair mais estudantes da rede pública para o vestibular. Estatísticas semelhantes foram registradas também na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Na Fuvest ainda, esse contingente já tinha diminuído no ano passado, primeiro ano do Inclusp, o programa de inclusão da USP, que dá pontos a mais para o grupo que veio de escolas públicas. Especialistas e estudantes ouvidos pelo Estado acreditam que esses resultados estão ligados à criação, em 2005, do Programa Universidade para Todos (ProUni), pelo governo federal. O ProUni já distribuiu 300 mil bolsas de 50% e 100% a alunos de escolas públicas em faculdades privadas de todo o País. ?Mesmo que eu entrasse na USP, não teria condições de pagar livros, transporte, moradia fora da cidade?, diz a vestibulanda Vanessa Daiane dos Santos, de 17 anos, que estuda numa escola técnica estadual de Mogi das Cruzes e vai prestar Administração só em faculdades privadas. Com a bolsa do ProUni de 100%, ela acredita que sai ganhando. ?Na universidade privada não há tanta exigência, não preciso pagar e ainda posso trabalhar ao mesmo tempo?, afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.