Pesquisas feitas com a técnica de solarização do solo comprovam que altas temperaturas reduzem populações de plantas daninhas, patógenos e pragas presentes na terra. Por isso, produtores podem aproveitar os meses mais quentes do ano, de janeiro a março, para utilizar a técnica nas lavouras. Os estudos foram feitos pelo Instituto Biológico (IB), Embrapa Meio Ambiente e Esalq/USP. Segundo a pesquisadora Flávia Rodrigues Alves Patrício, do IB, a solarização é uma técnica de desinfestação do solo que consiste na colocação de filme plástico transparente sobre a terra umedecida. O plástico é usado como cobertura por 3 a 12 semanas, conforme a ocorrência de chuvas durante o tratamento. A lista de doenças controladas com a técnica é extensa. Flávia destaca a murcha de Verticilium, mofo branco, tombamento de plântulas, podridão de raízes e tubérculos e nematóides. Ela diz, ainda, que diversas espécies de plantas daninhas também são controladas, como picão-branco, caruru, beldroega, capim pé-de-galinha e tiririca. ''A técnica tem efeito sobre a germinação e emergência de plantas daninhas, porque é realizada logo após o preparo do solo, quando essas plantas foram eliminadas pelo revolvimento do solo.'' Preparo A solarização pode ser utilizada em lavouras anuais, antecedendo a instalação da cultura. Por ter custo relativamente alto e exigir planejamento por parte do produtor , porém, a solarização é mais indicada para culturas conduzidas intensivamente, como hortaliças e ornamentais, recomenda. ''Pode-se de iniciar o plantio imediatamente após a retirada do plástico.'' Antes de iniciar a solarização é preciso eliminar torrões do solo. ''Torrões danificam o plástico e favorecem a formação de bolhas de ar, o que reduz a eficiência do tratamento.'' A área deve estar molhada porque a umidade aumenta a condutividade térmica no solo e o plástico deve ser bem estendido, com as bordas enterradas em sulcos com terra de 20 centímetros de profundidade. ''A área tratada deve ser a maior possível, pois a solarização de faixas ou canteiros favorece a reinfestação por patógenos vindos de áreas não tratadas.'' Flávia calcula que a solarização de uma área de 600 metros quadrados custe cerca de R$ 1 mil, considerando gastos com material e mão-de-obra. O plástico recomendado é o de polietileno de baixa densidade, com espessura entre 50 e 150 micra. INFORMAÇÕES: Instituto Biológico, tel. (0--19) 3251-8714