As exportações brasileiras podem crescer a taxas próximas de 15% no ano que vem, acredita o secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior (Camex), Roberto Giannetti da Fonseca. ?Se de fato a economia mundial se recuperar e crescer 5% ou 6%, chegaremos aos 15%?, avaliou, em conversa com o Estado. Ele afirmou que, já em 2000, as exportações devem registrar uma expansão de 6% a 7%, o triplo da taxa de crescimento da economia mundial. ?Estamos abrindo espaço para gerar um superávit de US$ 5 bilhões no ano que vem?, disse. A virada da balança comercial neste final de ano animou os exportadores, acredita o secretário. É nesse clima favorável que eles participam, nesta semana, do Encontro Nacional dos Exportadores (Enaex). No ano passado, um pacote de medidas de incentivo ao comércio internacional foi apresentado durante o encontro. ?Está todo mundo mais otimista do que no ano passado?, afirmou Giannetti. ?Apesar de todos os percalços, não deixamos de ter um resultado favorável na balança.? O saldo comercial acumulado neste ano chega a US$ 1,665 bilhão. No mês, é registrado superávit de US$ 167 milhões, apesar do déficit ocorrido na semana passada. Em novembro de 2000, a balança registrou déficit de US$ 630 milhões, e saldo negativo de US$ 478 milhões no ano. O secretário reconhece que, apesar dos resultados melhores de 2001, ?ainda há muito por fazer?. Ele informou que, durante o Enaex, fará um balanço das medidas anunciadas no ano passado, indicando os pontos onde houve avanço e os que ficaram pendentes. Giannetti recusou-se a adiantar medidas. Para o encontro estão previstos painéis para dos seguintes temas: logística, financiamento e política comercial. Neste sentido, a pauta do evento reservará um espaço maior para as questões diplomáticas, como as negociações para a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) e o acordo do Mercosul com a União Européia. ?Teremos mais discussões a fazer na área, uma vez que houve avanços.? Serão avaliados, por exemplo, os resultados da reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Doha, no Catar, onde o Brasil conseguiu avançar em questões como o protecionismo agrícola, as regras antidumping e as patentes de medicamentos. Outro tema que poderá constar da pauta do Enaex será a tributação sobre a produção, principalmente a incidência cumulativa da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do PIS. O ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, informou na semana passada que está sendo feita uma avaliação sobre o funcionamento dos mecanismos de compensação desses tributos para o setor exportador. ?Em um setor ou outro há alegações de demora no ressarcimento, mas no geral é satisfatório?, comentou. Giannetti se disse otimista com a atitude dos empresários. ?O que me anima é que o setor privado não está mais só esperando o governo?, comentou. ?Muitos setores reagiram às propostas feitas e partiram para iniciativas como criar marcas próprias, buscar maior agregação de valor a seus produtos e formar tradings.? Segundo informou, essas experiências serão objeto de apresentações durante o Enaex.