RISCOS
A aposta do PT de atacar pessoalmente Aécio, entretanto, tem efeito limitado, na avaliação do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), que se integrou ao núcleo decisório da campanha tucana no segundo turno.
"Quando se vai para uma campanha agressiva, tem o risco de o tiro sair pela culatra", afirmou à Reuters. "O povo já está de saco cheio dos políticos, se a campanha for para o lodaçal pode aumentar a rejeição."
Pestana disse ainda que a campanha tucana continuará usando como estratégia as críticas à economia, "que deixa o país à beira do abismo". A ideia é também explorar a corrupção do governo. "Que atingiu inclusive a maior empresa do país", disse o deputado, apontando os erros da atual gestão "como o aparelhamento da máquina por petistas".
A campanha vai seguir mostrando ainda que Aécio tem liderança para fazer as mudanças que o Brasil precisa.
"Não adianta ficar mudando de estratégia como biruta de aeroporto", argumentou. "Eles querem levar a campanha para a lama, mas nós não vamos aceitar isso."
Os tucanos estão muito preocupados também com "os boatos" que estão sendo espalhados de que Aécio acabaria com o Bolsa Família e reduziria direitos trabalhistas. Pestana disse que isso também causa dano entre o eleitorado tucano.
Apesar das pesquisas ainda não detectarem um efeito do depoimento de Costa entre os eleitores de Dilma, Pestana acredita que, se bem usada no programa de TV, essa denúncia ainda "pode tirar um pouquinho" de votos da petista.
Segundo ele, há na campanha aqueles que gostariam que Aécio fosse um pouco mais incisivo na sua defesa pessoal, para que a campanha negativa do PT não se alastre entre seus eleitores, mas ainda não há decisão nesse sentido.
(Reportagem de Jeferson Ribeiro)