O porta-voz do Departamento Estado, Sean McCormack, disse nesta sexta-feira que funcionários do Departamento examinaram indevidamente os arquivos dos passaportes dos três candidatos à eleição americana, o republicano John McCain e os pré-candidatos democratas Barack Obama e Hillary Clinton, violando regras de sigilo do governo americano. O Departamento estava investigando o acesso indevido de funcionários do arquivo de Obama quando descobriu que os dados de Clinton e McCain também tinham sido examinados sem autorização por funcionários. "No caso do senador McCain, nós detectamos no início deste ano... uma das pessoas que acessou o arquivo do senador Obama também acessou o arquivo do senador McCain", afirmou McCormack. A secretária de Estado, Condoleezza Rice, disse que pediu desculpas a Obama sobre a violação de privacidade dos seus arquivos e que o Departamento está fazendo uma ampla investigação para determinar se os funcionários procuravam por alguma informação específica ou apenas viram os dados por acaso. Incômodo Rice disse que ela também ficaria muito incomodada se o caso tivesse acontecido com ela. Um porta-voz de Obama, Bill Burton, sugeriu que o governo poderia estar usando informação privada com "objetivos políticos" e pediu uma investigação completa sobre os fatos. Dois funcionários terceirizados foram demitidos e um terceiro foi advertido. McCain disse que qualquer caso de invasão de privacidade requer desculpas e uma investigação completa e que era preciso "tomar medidas para corrigir" o ocorrido. O escritório de Clinton divulgou nesta sexta-feira que Rice entrou em contato com a senadora para informar sobre o acesso aos dados. Na quinta-feira, McCormack, disse que é provável que o caso tenha sido motivado por uma "curiosidade imprudente". "Nós acreditamos que isso ocorreu devido a uma curiosidade imprudente, então estamos tomando medidas para garantir que este é, de fato, o caso", disse o porta-voz. Os arquivos de passaporte contem informação pessoal, como data e local de nascimento, além de um registro das viagens ao exterior. Aparece ainda o número de seguro social, que pode ser utilizado para obter históricos de crédito e outra informações pessoais. O Departamento de Estado mantém um registro sobre as pessoas que acessam o banco de dados. O porta-voz disse que não se sabia o que os funcionários viram ou o que estavam procurando nos arquivos. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.