Fervilham ideias na cabeça de Carlos Arthur Nuzman. Além de alterar a forma de classificação dos países nas olimpíadas, o presidente do COB também quer se perpetuar no COI. Para isso, propõe uma reforma. Simples: aos 67 anos, ele tem direito a permanecer apenas mais três na entidade. Então, sugere elevar a idade de aposentadoria dos integrantes para 80 anos. A proposta faz parte de uma série de sugestões que o COI agrupou para discutir em seu 8º Congresso Olímpico, que ocorre nesta semana. A ideia é a de que o evento, o primeiro em 15 anos e o oitavo em mais de cem, estabeleça as bases para o futuro do movimento olímpico. O COI divide seus membros em três grupos. Os eleitos antes de 1966 têm cargo garantido de forma vitalícia. Só dois estão nessa categoria: João Havelange e Juan Antonio Samaranch. Um segundo grupo de integrantes, eleitos antes de 1999, tem seu mandato limitado pela idade. Ao completar 80 anos, precisam se aposentar.Um terceiro grupo, eleito a partir de 1999, é obrigado a se aposentar aos 70 anos. Nuzman entrou em 2000. Portanto, deve se retirar em 2012. Mas, agora, quer que todos permaneçam no COI até os 80 anos. Assim, poderia ficar até 2016, quando terá mais de 70.A proposta vai no sentido oposto ao que o COI indicou com a escolha do Rio: inovar o movimento olímpico, aproximá-lo dos jovens e ousar em suas decisões. Alexander Popov, um dos mais jovens integrantes, garantiu ao Estado que a proposta não será nem sequer debatida. "Escolhemos os temas mais relevantes e isso não entrou." Sergei Bubka, também integrante, acredita que a proposta "jamais será aceita". O presidente da Federação Internacional de Vôlei, Yuan Weimin, de 74 anos, é contra a elevação da idade de aposentadoria. "Temos de abrir o COI aos jovens."Nuzman quer ainda um lugar no Conselho Executivo do COI, posto que já tentou ocupar. E defende a ampliação do Conselho Executivo da entidade de 15 para 21 membros. As propostas de Nuzman fazem parte de uma lista de sugestões que o COI recebeu para debater seu futuro. Um dos pontos que a entidade quer tratar é o de estabelecer regras para evitar a corrupção e manipulação em federações nacionais.