O Catar, importante investidor dos ativos norte-americanos e europeus, teme que as tentativas de países para fortalecer suas economias poderia enfraquecer o dólar e o euro, afirmou o primeiro-ministro do país. "O que deve acontecer é que devemos ter um pacote completo com uma estratégia integral para resolver os problemas", disse Hamad bin Jassim al-Thani, premiêr e diretor do Qatar Investment Authority (QIA), fundo de riqueza soberana do país, à emissora norte-americana CNBC, em entrevista transmitida na sexta-feira. Neste mês o Banco Central dos EUA anunciou um programa de pesadas compras de títulos lastreados em hipotecas, em um esforço para estimular o emprego, mas até agora o governo dos EUA não conseguiu tranquilizar os mercados financeiros de que tem um plano eficaz para cortar seu déficit orçamentário e aumentar o crescimento da economia. O Banco Central Europeu também afirmou que irá comprar títulos, a fim de proteger as economias da crise da zona do euro, mas os governos de países mais enfraquecidos como a Grécia e a Espanha ainda não conseguiram convencer os investidores de que seus débitos podem ser cortados a níveis seguros. Hamad disse que os bancos centrais estavam certos em agir a fim de evitar crises piores, mas acrescentou: "Com mais emissão de moeda sem que haja um estratégia, acredito que o valor do dinheiro deve cair muito em breve". Ele não deu mais detalhes sobre quais medidas econômicas acredita que os países ocidentais deveriam tomar, mas disse que o risco de mais volatilidade nos mercados estava fazendo com que os investidores como o Catar ficassem cautelosos. Analistas estimam o tamanho do fundo soberano do Catar em torno de 100 bilhões de dólares. "Ainda há questões sem resposta até agora", ele disse à CNBC.